Um ataque rebelde realizado com um míssil antitanque atingiu um ônibus militar e matou dez soldados do exército da Síria na última sexta-feira (13), na região norte do país. A informação foi divulgada pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos e reproduzida pelo site Al-Monitor.
A autoria da ação não foi confirmada, e o governo sírio anunciou apenas que “terroristas atacaram um ônibus militar”. Além dos dez mortos, os relatos indicam que outros nove soldados ficaram feridos.
A região onde ocorreu o atentado é dominada pelos rebeldes do Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), liderado por Abu Mohammed al-Golani, terrorista procurado pelo governo dos EUA e que tem buscado uma aproximação com o Ocidente, aproveitando o fato de que é inimigo do governo sírio, este apoiado por Rússia e Irã.
Acusado de ligação com a Al-Qaeda, o HTS tem afirmado que desfez o vínculo, em sua tentativa de ser aceito pelas nações ocidentais. Entretanto, ainda é considerado um grupo terrorista pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas e pelos Estados Unidos, que oferecem uma recompensa de US$ 10 milhões pela captura de seu líder, al-Golani.
Por que isso importa?
A guerra civil na Síria, que já dura mais de dez anos, opõe Rússia e Irã, aliados do presidente Bashar Al-Assad, à Turquia, que apoia grupos rebeldes na luta contra o governo. Mais de 590 mil pessoas já morreram durante a guerra, que varreu a nação e deslocou mais da metade da população, que era de 23 milhões de pessoas.
Desde 2011, a oposição e líderes ocidentais exigem a queda de Assad, a quem acusam de crimes contra a humanidade. Apoiadores de Assad, por outro lado, criticam o que consideram uma interferência de Washington com o intuito de derrubar o presidente.
Após sofrer duras perdas no início do conflito, Assad conseguiu reconquistar território graças à ajuda de seus aliados. A última região com forte presença da oposição armada inclui áreas da província de Idlib e partes das províncias vizinhas de Aleppo, Hama e Latakia. O HTS é o grupo dominante na área, mas outras facções rebeldes também são ativas, muitas delas com apoio da Turquia.
Em 2020 foi estabelecida uma trégua intermediada por Rússia e Turquia. Ela inclui os rebeldes e as forças do governo, enquanto grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI) não fazem parte do pacto.
Apesar da trégua, ataques esporádicos continuam a ocorrer, inclusive com operações militares aéreas lideradas por Moscou. Nesse período, Ancara conseguiu consolidar sua influência no norte da Síria, o que ajudou a evitar uma nova etapa de combates e controlou o fluxo de refugiados.
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