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segunda-feira, 30 de maio de 2022

Al-Qaeda tem ‘porto seguro’ no Afeganistão e usa sucesso talibã para se fortalecer, diz relatório

Um relatório do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado no sábado (28) afirma que “a relação entre o Taleban e a Al-Qaeda permanece próxima” e que a organização terrorista tem no Afeganistão um “porto seguro”, com “maior liberdade de ação”. A Al-Qaeda, inclusive, teria usado a ascensão talibã ao poder como ferramenta de propaganda para se fortalecer globalmente.

O documento destaca que mesmo dentro do Taleban há figuras questionadas internacionalmente, vez que o grupo nomeou “41 indivíduos sancionados pelas Nações Unidas para o gabinete e outros cargos de alto nível em sua administração de fato”.

Uma dessa figuras é Sirajuddin Haqqani, ministro do Interior afegão e também um dos terroristas mais procurados do mundo, com recompensa de US$ 10 milhões oferecida pelo Departamento de Estado norte-americano.

O atual ministro talibã é o idealizador da Rede Haqqani, um grupo extremista originário do Paquistão que passou a atuar sobretudo no leste do Afeganistão e em Cabul nos tempos da ocupação estrangeira.

“Sob o comando de Hibatullah Akhundzada, várias facções do Taleban estão manobrando para obter vantagens, sendo a Rede Haqqani a mais bem-sucedida e influente entre elas”, diz o relatório.

Ayman Al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda, em vídeo com críticas à ONU (Foto: reprodução/Twitter)
O favorecimento da Al-Qaeda

A Al-Qaeda é uma das facções que se beneficiaram da ascensão dos talibãs ao poder, em agosto do ano passado. O grupo extremista “celebrou o sucesso” do Taleban, “renovando sua promessa de fidelidade a Hibatullah”, diz o relatório, que complementa: “As avaliações dos Estados-Membros até agora sugerem que a Al-Qaeda tem um porto seguro sob o Taleban e maior liberdade de ação”.

Em fevereiro deste ano, outro relatório do Conselho de Segurança havia sugerido inclusive que um dos filhos de Osama Bin Laden, Abdallah, visitou o Afeganistão em outubro de 2021 para reuniões com o Taleban.

Já o documento mais recente afirma que “a Al-Qaeda usou a ascensão do Taleban para atrair novos recrutas e financiamento e inspirar os afiliados da Al-Qaeda globalmente”. Diz ainda que o atual líder da organização, Ayman al-Zawahri, que foi o braço direito de Bin Laden, continua a viver no Afeganistão, bem como seus comandantes mais próximos.

“Relata-se que a Al-Qaeda permanece no sul e leste do Afeganistão, onde teve uma presença histórica”, diz o relatório divulgado neste sábado. “O grupo supostamente tem de 180 a 400 combatentes, com as estimativas dos Estados-Membros inclinando-se para o número mais baixo”, prossegue o documento, que cita cidadãos de Bangladesh, Índia, Mianmar e Paquistão como sendo integrantes da facção.

Um antigo temor do Conselho de Segurança que parece não ter confirmado, ao menos na magnitude imaginada, é a entrada de terroristas internacionais no país. “A realocação de combatentes terroristas estrangeiros para o Afeganistão não se materializou em números significativos”, diz o documento. “O Taleban continua a insistir publicamente que não há combatentes terroristas estrangeiros no Afeganistão, embora os Estados-Membros tenham certeza de que muitos lutaram ao lado do Taleban em 2021”.

Ainda segundo o relatório, “há relatos de que o Taleban forçou alguns combatentes terroristas estrangeiros a se desarmar ou realocou outros para longe da capital para, que permanecessem imperceptíveis. Entretanto, não há exatamente uma repressão contra esses extremista: “Os combatentes terroristas estrangeiros são vistos pelo Taleban principalmente como ‘irmãos de fé’ e não mercenários, pois não recebem benefícios financeiros significativos do Taleban”.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um porto seguro para extremistas. Em dezembro de 2013, levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram.

Mais recentemente, em dezembro de 2021, três cidadãos estrangeiros que vivem no Brasil foram adicionados à lista de sanções do Tesouro Norte-americano. Eles são acusados de contribuir para o financiamento da Al-Qaeda, tendo inclusive mantido contato com figuras importantes do grupo terrorista.

Para o tenente-coronel do Exército Brasileiro André Soares, ex-agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o anúncio do Tesouro causa “preocupação enorme”, vez que confirma a presença do país no mapa das organizações terroristas islâmicas.

“A possibilidade de atentados terroristas em solo brasileiro, perpetrados não apenas por grupos extremistas islâmicos, mas também pelo terrorismo internacional, é real”, diz Soares, mestre em operações militares e autor do livro “Ex-Agente Abre a Caixa-Preta da Abin” (editora Escrituras). “O Estado e a sociedade brasileira estão completamente vulneráveis a atentados terroristas internacionais e inclusive domésticos, exatamente em razão da total disfuncionalidade e do colapso da atual estrutura de Inteligência de Estado vigente no país”. Saiba mais.

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