Um encontro realizado no último domingo (22), em Bruxelas, aproximou Armênia e Azerbaijão de um acordo de paz referente à região de Nagorno-Karabakh, onde um conflito eclodiu em 2020 e deixou milhares de mortos ao longo de 44 dias. As informações são do site The Defense Post.
“Os líderes concordaram em avançar nas discussões sobre o futuro tratado de paz que rege as relações interestatais entre a Armênia e o Azerbaijão”, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em comunicado.
Segundo Michel, o processo de paz começará a ser debatido nas “próximas semanas”, e os líderes das duas nações estão cientes de “é necessário que os direitos e a segurança da população de etnia armênia em Karabakh sejam abordados”. Paralelamente, será iniciado um debate para delimitar as fronteiras da região.
O presidente armênio Nikol Pashinyan falou em “preparações para o processo de negociação sobre a normalização das relações entre os dois países, questões humanitárias, bem como a resolução do conflito de Nagorno-Karabakh”. Ele confirmou que em julho terá um novo encontro com seu homólogo azeri, Ilham Aliyev.
Entretanto, a possibilidade de acordo não foi bem recebida na Armênia, que viu uma série de protestos populares nas últimas semanas, nas quais parte da população contesta a posição de Pashinyan quanto ao conflito. Os manifestantes pedem a renúncia do presidente.
O gabinete de Aliyev, por sua vez, afirmou que o presidente do Azerbaijão “expressou sua esperança de que o processo de elaboração do acordo de paz entre os dois países seja acelerado”.
Por que isso importa?
A região de Nagorno-Karabakh é um território de maioria armênia cristã que declarou independência do Azerbaijão, um país majoritariamente muçulmano, em meio a uma guerra entre 1988 e 1994. O confronto causou 30 mil mortes e desalojou centenas de milhares de pessoas, e a reivindicação de independência não é reconhecida por nenhum país.
Desde 1994, a região está sob controle de forças que o governo azeri diz incluir tropas fornecidas pela Armênia, após um primeiro cessar-fogo estabelecido com a ajuda de Rússia, Estados Unidos e França.
Em 2020, um novo conflito armado entre os dois países durou 44 dias e deixou cerca de 6,5 mil mortos na região disputada. No início de 2021 foi estabelecido um novo cessar-fogo mediado pela Rússia, que é visto com desconfiança pela população armênia.
A Armênia decidiu ceder às tratativas quando se viu encurralada pelas forças azeris na capital regional, Stepanakert. No entanto, o acordo nem sempre é respeitado, e até hoje não surgiu uma solução duradoura para a questão.
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