Um recorde de 59,1 milhões de pessoas foram deslocadas dentro de suas próprias nações no ano passado, quatro milhões a mais do que em 2020. Os dados foram divulgados na quinta-feira (19) pela OIM (Organização Internacional para as Migrações), com base no último Relatório Global sobre Deslocamento Interno (GRID).
A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) saudou o relatório, produzido pelo Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC). “Compreender, gerenciar e se adaptar às tendências de mobilidade humana é crucial para garantir que a assistência humanitária e os serviços essenciais cheguem às pessoas onde são mais necessários”, disse a OIM.
Nos últimos 15 anos, a maioria dos deslocamentos internos foi desencadeada por desastres, com números anuais ligeiramente superiores aos relacionados a conflitos e violência.
O ano passado não foi exceção, de acordo com o relatório. Eventos relacionados ao clima, como inundações, tempestades e ciclones, resultaram em cerca de 23,7 milhões de deslocamentos internos em 2021, principalmente na região da Ásia-Pacífico.
A OIM alertou que, com os impactos esperados das mudanças climáticas e sem ações climáticas ambiciosas, os números provavelmente aumentarão nos próximos anos.
Enquanto isso, conflitos e violência provocaram 14,4 milhões de deslocamentos internos em 2021, um aumento de quase 50% em relação ao ano anterior. A maioria ocorreu na África, particularmente na Etiópia e na República Democrática do Congo, enquanto Afeganistão e Mianmar viram um número sem precedentes de deslocamentos.
O relatório também inclui um foco especial em crianças e jovens, que representam mais de 40% do número total de deslocados internos no ano passado. Ele analisa os impactos do deslocamento em seu bem-estar agora e no futuro e preenche lacunas de dados e conhecimento que são essenciais para encontrar soluções duráveis.
Maior fonte global de dados
A agência fez parceria com o IDMC, parte do Conselho Norueguês de Refugiados (NRC), para fornecer dados confiáveis e precisos por meio de sua Matriz de Rastreamento de Deslocamento (DTM), a maior fonte mundial de dados primários sobre deslocamento interno.
As duas organizações assinaram um acordo há quatro anos para unir forças para melhorar os dados e acelerar a formulação de políticas e ações.
A OIM também fez parte da Aliança Internacional de Dados para Crianças em Movimento (IDAC) desde 2020. A coalizão reúne governos, organizações internacionais e regionais, organizações não-governamentais (ONGs), grupos de reflexão, acadêmicos e sociedade civil, para melhorar estatísticas e dados sobre crianças migrantes e deslocadas à força.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News
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