O dia começa cedo para a pequena refugiada síria Arkan, de apenas dez anos. Ela acorda às 6h da manhã e pega uma sacola cheia de pacotes de lenços de papel para vender nas ruas de Trípoli, no Líbano.
A família da menina fugiu da guerra na Síria para o país vizinho em 2013. O pai dela não pode trabalhar devido a um problema de saúde, e a mãe está prestes a ter um bebê. Arkan passa metade do dia trabalhando como vendedora ambulante. Ela é uma das 6,5 milhões de crianças sírias que precisam de ajuda para sobreviver, número recorde desde o início da guerra, em 2011.
Arkan é a mais velha de quatro irmãos. Numa reunião com a Acnur (Agência da ONU para Refugiados), a família contou não ter o suficiente para comer nem dinheiro para comprar medicamentos, sendo que a menina ganha algo entre US$ 1 e US$ 2 por dia.
Segundo a Acnur, a história de Arkan se repete entre milhões de famílias sírias que estão refugiadas em países como Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito.
Com crises econômicas nas nações que abrigam esses refugiados e os impactos da pandemia de Covid-19, mais e mais sírios entraram para a pobreza, “criando um nível sem precedentes de miséria desde o início da crise síria, há 11 anos”.
Conferência em Bruxelas
O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) revela que “milhões de crianças continuam vivendo com medo e incertezas na Síria e em nações vizinhas”. A agência da ONU afirma que mais de 6,5 milhões de crianças na Síria dependem de assistência, sendo este o número mais alto desde o início da crise.
Somente no primeiro trimestre deste ano, pelo menos 213 crianças foram mortas ou ficaram feridas na Síria. Desde 2011, quando o conflito começou, o Unicef calcula mais de 13 mil menores entre as vítimas.
Nos países vizinhos, a situação também é difícil devido a instabilidades políticas e fragilidades, sendo que quase 5,8 milhões de crianças dependem de assistência.
Nesta terça-feira, ocorre em Bruxelas, na Bélgica, uma Conferência sobre Síria e Região. O Unicef diz que precisa, com urgência, de US$ 20 milhões para as suas operações humanitárias em prol da população, sendo que a agência recebeu até o momento menos da metade do valor necessário para 2022.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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