O Ocha (Escritório da ONU Para Assuntos Humanitários) revelou nesta quarta-feira (25) que confrontos em áreas densamente povoadas aumentaram, de forma acentuada, os riscos de morte e ferimentos em civis. Eles totalizaram cerca de 90% das vítimas em situações com armas explosivas nessas áreas, em comparação com 10% em outras lugares.
Além do conflito, a pandemia intensificou o sofrimento humano e prejudicou ainda mais a oferta de serviços de saúde já debilitados. Estima-se que 3 bilhões de pessoas não tenham sido vacinadas. Muitas vivem em áreas onde conflitos limitam serviços de saúde e a confiança pública.
O diretor da divisão de coordenação do Ocha, Ramesh Rajasingham, revelou que pelo menos 143 incidentes de segurança ocorreram em 14 países e territórios afetados por conflitos. Nestas situações, 93 trabalhadores humanitários morreram. Os funcionários nacionais totalizam 98% do total de mortos, feridos ou raptados.
Guerra na Ucrânia
Neste ano, a situação na Ucrânia mostra que o cenário está longe de melhorar, ao ter provocado 8.089 mortos e feridos. Pelo menos 3.811 morreram desde 24 de fevereiro, informou a ONU.
Escolas hospitais, residências e instituições que oferecem serviços básicos para civis continuam sendo os principais alvos da violência.
Um relatório do secretário-geral António Guterres destaca situações em que o uso de armas explosivas aumentou os riscos de morte e ferimentos para civis.
Fome crescente
O preço dos alimentos básicos subiu pelo menos 30%, ameaçando os mais pobres e agravando a situação em áreas de conflito na África e no Oriente Médio. De acordo com a ONU, essa situação “planta as sementes da instabilidade e agitação política” pelo mundo. A desinformação também ameaça a ação humanitária, com falsas narrativas divulgadas nas redes sociais.
Apesar de avanços em algumas medidas preventivas, o diretor-geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardinistragos, disse que ataques a civis continuam causando mortes de uma forma indiscriminada e desproporcional.
De acordo com a ONU, em 2021 houve cerca de 140 milhões de pessoas enfrentando crises ou níveis piores de insegurança alimentar aguda em 24 países. O aumento foi de 41% em relação ao ano anterior. O conflito e a insegurança desempenharam um papel importante no aumento da fome.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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