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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

No Paquistão, opositores pressionam pela renúncia do premiê Imran Khan

A aliança PDM (Movimento Democrático do Paquistão, em inglês) já reúne milhares em pressão à renúncia do primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan.

O maior comício desde a formação do grupo, em setembro, ocorreu nesta segunda (14), em Lahore, maior cidade do país, reportou a emissora Voice Of Asia.

O movimento envolve 11 partidos de oposição e promete continuar com os protestos caso o premiê não renuncie até o final de janeiro. O grupo alega que o governo atual, eleito em 2018, fraudou as eleições para instalar Khan.

As lideranças aliadas ao primeiro-ministro têm o apoio do Exército paquistanês e um das principais agências de inteligência nacionais, a ISI (Inter Services Intelligence).

No Paquistão, opositores pressionam pela renúncia do premiê Imran Khan
Imagens dos protestos pela renúncia de Imran Khan, em Lahore, Paquistão, em dezembro de 2020 (Foto: Reprodução/Pakistan Democratic Movement)

Como consequência, a oposição responsabiliza essas instituições pelos problemas econômicos do país, como o aumento da inflação e do desemprego, além das baixas taxas de crescimento.

“Imran Khan é o único responsável? Ou aqueles que roubaram seu voto e o levaram ao poder?”, afirmou Nawaz Sharif, ex-primeiro-ministro deposto em 1993 e 2017 após escândalos de corrupção.

O Exército domina a política local desde a independência do Paquistão, em 1947. A instituição esteve envolvida nos quatro golpes de Estado e é conhecida pela forte ingerência em assuntos de política externa.

Também é comum que militares se envolvam, muitas vezes sem consulta ao Executivo e ao Legislativo, em questões sobre a região da Caxemira. O local é disputado com a Índia desde a partilha do antigo Raj britânico.

Khan pede “adiamento”

Khan criticou os protestos. Segundo ele, a ocupação dos leitos hospitalares disparou após as manifestações. “Seus comícios não vão prejudicar o governo, vocês só estão colocando a vida das pessoas em risco”, disse, em referência à Covid-19.

Khan pediu ainda que a aliança “adiasse os comícios” por alguns meses para conter a pandemia. Para a oposição, o coronavírus é mera desculpa. Opositores já instaram que todas as atividades do país, como transporte público, comércio e casamentos, continuem.

Khan aponta os opositores como um “grupo de saqueadores das riquezas do país”. “Agora eles reclamam pois estão sendo responsabilizados”, apontou o líder do país asiático de 212 milhões de habitantes.

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