Os cortes de impostos aos ricos só aprofundam a desigualdade e não geram benefícios, concluiu um estudo de economistas britânicos lançado no dia 15.
A pesquisa, de David Hope da London School of Economics e Julian Limberg do King’s College London, analisou uma série de impostos sobre a renda e capital de 18 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) nos últimos 50 anos.
A conclusão é que a lógica de redução de taxas em benefício à sociedade só atrasou o desenvolvimento dos últimos 50 anos. De lá para cá, os mais ricos operaram “muito pouco” para promover empregos ou crescimento.
Os autores questionam as recentes políticas econômicas dos EUA, que buscam auxiliar os indivíduos mais ricos de forma desproporcional ao afirmar que é este grupo minoritário que “movimenta a economia”.
Apesar de a pesquisa computar dados até 2015, Hope disse à Bloomberg que a análise também se aplica ao corte de impostos estimulado e promulgado por Donald Trump em 2017.
“Nossa pesquisa sugere que tais políticas não geram o tipo de efeito residual que os proponentes alegaram”, afirmou. “Os legisladores não devem se preocupar com o fato de que o aumento de impostos sobre o ricos prejudicará suas economias”.
Taxação não afetará ajuda
Segundo Hope, as taxas sobre grandes fortunas não afetará o financiamento dos custos financeiros à pandemia. O argumento tem sido utilizado com frequência por ricos contrariados com medidas de desconcentração de renda em diversos países do mundo.
Um exemplo é a recente tentativa do chanceler do Tesouro do Reino Unido, Rishi Sunak, em reparar as finanças através do aumento de impostos à população com maior ganho econômico.
“A economia pode, sim, resistir ao imposto único de 5% sobre a riqueza para a Grã-Bretanha”, apontou Hope, em concordância à Wealth Tax Commission. Se promulgada, a medida pode afetar até oito milhões de ingleses.
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