A gigante chinesa Alibaba instruiu seus clientes a utilizarem softwares para detectar rostos de uigures e outras minorias étcnicas em imagens e vídeos. A orientação estava no site da empresa, conforme identificou a indústria de vigilância IPVM.
Os dados apontam que um recurso de reconhecimento facial foi integrado ao software de armazenamento do Alibaba. A ferramenta auxilia plataformas da web a monitorar conteúdos digitais ligados a terrorismo, pornografia e outros crimes.
A descoberta é mais um forte indício à perseguição às minorias étnicas da China, em especial à população muçulmana uigur. Em práticas nomeadas como “antiterrorismo”, Beijing arrasta milhares de cidadãos a campos de detenção.
Há relatos de trabalho forçado, maus tratos e tratamento para “apagar” as raízes religiosas e culturais dessas populações. Amplas e ultramodernas redes de vigilância também integram o monitoramento em tempo real na província de Xinjiang, de maioria uigur.
A Huawei também pode ter colaborado com a perseguição às minorias étnicas na China, conforme uma investigação publicada pelo “The Washington Post” no último dia 8.
A gigante de tecnologia teria testado um software de alerta policial no mesmo instante em que as câmeras detectarem rostos de uigures. Questionada, a Huawei afirmou que foi “somente um teste”.
Já a Alibaba disse ao “The New York Times” que a ferramenta de detecção a uigures é apenas uma parte de seu “serviço de segurança de conteúdo”. Depois dos questionamentos, a empresa removeu as páginas de seu site.
Em um comunicado escrito, o programa disse nunca ter vendido a ferramenta a clientes e não ter tido sucesso no reconhecimento dos rostos de uigures. “Nossos produtos nunca incluirão qualquer tentativa de identificar e rotular grupos étnicos específicos”, diz a nota.
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