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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Ocupações de Israel em áreas disputadas com palestinos devem acabar, insta ONU

O último apelo do enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, antes de se dedicar às tratativas de paz na Líbia, foi pelo esforço à paz entre israelenses e palestinos.

De acordo com Mladenov, o primeiro passo para encerrar a disputa histórica é a cessão total dos avanços de assentamentos israelenses sobre áreas disputadas com a Autoridade Palestina, como partes da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

“Esses assentamentos entrincheiram a ocupação de Israel e minam a perspectiva de solução de dois Estados”, disse Mladenov ao Conselho de Segurança da ONU nesta segunda (21).

Ocupações de Israel em áreas disputadas com palestinos devem acabar, insta ONU
Palestinos procuram por pertences em destroços após ataque de Israel nas Torres de Al-andaa, ao norte da Faixa de Gaza, em agosto de 2014 (Foto: UN Photo/Shareef Sarhan)

“Israelenses e palestinos, judeus e árabes, convivem com o conflito há muito tempo. Perda e deslocamento fazem parte da história pessoal de cada família por gerações”, disse.

Segundo Mladenov, palestinos são expulsos de suas casas e forçados a buscar refúgio na região. Enquanto isso, judeus foram expulsos [do Oriente Médio], o que acarretou na migração a Israel.

“Não é um conflito por terra ou história, mas pelo direito de duas nações existirem”. Mladenov deve substituir Ghassan Salame nas negociações de paz da Líbia depois que o diplomata deixou o cargo em março, devido ao estresse.

O diplomata norueguês Tor Wennesland, atual mediador do conflito entre Israel e Palestina, sucederá Mladenov nas discussões de Israel e Palestina.

Os impactos econômicos do conflito

Os conflitos e consequentes deslocamentos forçados impulsionam uma lacuna econômica na região. A questão começa na falta de financiamento às agências humanitárias.

Só a UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina) demanda US$ 88 milhões para atender à população. Uma fatia de US$ 22 milhões é destinada à educação, saúde e assistência social de mais de 30 mil refugiados palestinos.

A agência não é apenas um auxílio, disse Mladenov, mas uma das bases para a estabilidade social em meio a desigualdades profundas. Um exemplo envolve as vacinas à Covid-19.

Enquanto Israel já garantiu a imunização de quase toda a população, com cerca de 10 milhões de doses, a Autoridade Palestina luta para imunizar 20% da população de 5 milhões de habitantes via Covax – iniciativa multilateral da OMS (Organização Mundial da Saúde).

A região vive um surto de mais de 85 mil casos e 800 mortes na Cisjordânia. Na Faixa de Gaza, onde vivem dois milhões de palestinos, a situação é mais preocupante. Sob bloqueio israelense e egípcio desde que o Hamas tomou o poder, em 2007, há mais de 30 mil casos.

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