O ataque hacker que agiu incólume por até duas semanas acessou dezenas de e-mails de funcionários do Tesouro dos EUA, disse o senador Ron Wyden, na segunda (21).
Em uma declaração acessada pela Reuters, o gabinete de Wyden afirmou que o ataque parecer ter sido “significativo”, mas que a “profundidade das informações obtidas ainda é desconhecida”.
A Microsoft alertou que dezenas de contas de e-mails estão comprometidas. Os hackers teriam penetrado os sistemas de divisão – onde estão as principais autoridades do Tesouro norte-americano.
“O Tesouro ainda não sabe todas as ações realizadas pelos hackers ou quais informações foram roubadas”, aponta o comunicado. Também não há evidências de comprometimento às informações da Receita Federal.
Os hackers teriam conseguido acessar as caixas de entrada depois que assumir o controle da chave criptográfica usada pela infraestrutura de “login único” do Tesouro.
O ataque ocorreu via ferramenta Orion – sistema de segurança com 300 mil clientes, incluindo agências governamentais dos EUA e Reino Unido, desenvolvido pela empresa texana SolarWinds.
A ação, que já foi atribuída a hackers russos, assumiu a forma de “ataque à cadeia de suprimentos”. Em termos práticos, os invasores não atacaram os sistemas de Washington de forma direta, mas privilegiaram as funções de atualização automática do Orion.
Estima-se que os hackers acessaram dados privados de pelo menos 425 dos 500 principais empresários do país. Estão inclusas as principais empresas contábeis e os maiores provedores de telecomunicações dos EUA.
O Kremlin negou envolvimento no ataque. Donald Trump, que já defendeu a Rússia de diversas acusações de interferência, minimizou a violação. O presidente levantou a possibilidade de que a China esteja por trás da invasão.
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