A cúpula anual do Golfo Árabe, marcada para acontecer neste mês, foi transferida para 5 de janeiro, disse a Reuters nesta quarta (16). O adiamento posterga também o possível acordo entre o grupo e o Catar.
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito cortaram as relações com Doha em 2017. Os países acusam o emirado de apoiar o terrorismo e ameaçar a segurança e estabilidade regional. Doha nega as acusações.
Riad anunciou no início de dezembro que previa uma solução final ao impasse após rodadas de mediação do Kuwait e EUA. A expectativa de Washington é que os países do Golfo se unam contra o Irã.
Apesar da aproximação do acordo, fontes disseram à agência internacional que a resolução final não chegará tão cedo. O acordo tende a ser apenas o “primeiro passo” em uma série de novas resoluções – e negociações.
Os entrevistados, que pediram para não ter suas identidades reveladas, apontaram um movimento concreto em sinal à “boa fé” entre o grupo: a reabertura do espaço aéreo para o Catar, fechado há três anos.
“As coisas estão indo rápido, mas ainda estão no ar. As negociações para uma resolução final levarão meses e meses”, disse uma das fontes.
Interferência dos EUA
De acordo com um diplomata estrangeiro, os sauditas estão “mais interessados” que seus aliados em resolver o impasse. Um dos motivos seria a pressão de Joe Biden, recém eleito nos EUA e com posse prevista para 20 de janeiro.
Ao contrário de Donald Trump, o democrata já prometeu assumir uma “postura mais firme” com Riad. “Os sauditas querem demonstrar a Biden que são pacificadores e abertos ao diálogo”, disse o chanceler.
Para dar continuidade ao acordo, o Catar já teria recebido 13 exigências, como o fechamento da rede de televisão Al-Jazeera e de uma base turca. O corte de relações com a Irmandade Muçulmana e a redução de laços com o Irã também compõem a lista.
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