Sem apoio dos mercados financeiros globais, o governo da Argentina recorre às instituições multilaterais. Buenos Aires busca reunir cerca de US$ 5 bilhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial.
Os recursos deverão realinhar o programa fiscal do governo de Alberto Fernández, disseram fontes ao portal argentino Infobae nesta sexta (18). As negociações, ainda em estágio inicial, devem depender de variáveis, como receitas e exportações.
As tratativas tentam driblar novos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) enquanto o país constrói seu novo plano macroeconômico plurianual. A Argentina já soma US$ 45 bilhões em pagamentos atrasados ao órgão.
Buenos Aires acesso restrito aos mercados globais desde o calote de sua dívida externa em maio. A reestruturação da dívida só veio três meses depois, em agosto.
Nas negociações, o governo argentino solicitou ao FMI a ampliação do período de carência do pagamento à dívida. Seriam quatro anos e meio para começar o pagamento, caso aprovado. O governo pretende fechar um acordo antes de abril, disseram as fontes. Todavia, o Ministério da Economia não quis comentar.
Auxílio multilateral é alento à Nicarágua
Na Nicarágua, os empréstimos milionários dos bancos multilaterais têm sido um alento ao governo de Daniel Ortega. Com a pandemia e a crise deixada pelos furacões Eta e Iota, em novembro, Manágua viu seu percentual de depósitos aumentarem.
A entrada de empréstimos vinculados a projetos de multilaterais fez com que o país conseguisse desembolsar recursos às instituições, apontou o jornal “La Prensa”, que teve acesso aos contratos de empréstimo.
O recente repasse de US$ 186,8 milhões, aprovado pelo FMI para salvar as reservas do país, devem equilibrar o Instituto de Previdência Social da Nicarágua – fator que manterá os saldos do Banco Central sob controle, por enquanto.
No Orçamento Geral, Ortega apontou que usará pouco mais de US$ 73,3 milhões do empréstimo do FMI para injetá-los na previdência.
Com os empréstimos previstos para chegar em 2021, haverá margem para uso dos recursos sem afetar a economia do país, disse o ex-gerente do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (CABEI), Róger Arteaga.
“Na melhor das hipóteses, em 2021, veremos uma possível melhora macroeconômica, mas não haverá avanço microeconômico para 80% da população”, apontou, ao sinalizar um crescimento limitado e frágil para o próximo ano.
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