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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Sete países da África já usam sistema de espionagem israelense

Um relatório da Universidade de Toronto, no Canadá, aponta que governos de sete países da África já instalaram um sistema de espionagem e vigilância israelense capaz de acessar chamadas, mensagens SMS e serviço de localização.

O relatório aponta que Nigéria, Quênia, Zimbábue, Botsuana, Guiné Equatorial, Marrocos e Zâmbia já usufruem do serviço. Em todo o mundo, 25 potências utilizam o sistema.

O aplicativo – conhecido como Circles – é filiado ao NSO Group, de Tel Aviv. Em 2019, o mecanismo ficou popular após ter sido usado para explorar uma vulnerabilidade do WhatsApp com o spyware Pegasus. O objetivo era espionar oposicionistas de diversos países.

Conforme o estudo, já há registro de domínios de vigilância em diversos países. Um exemplo é em Botsuana, que determinou uma varredura em todas as menções ao governo.

Sete países da África já usam sistema de espionagem israelense
Oficial da Uganda em missão na capital da Somália, Mogadíscio, em agosto de 2012 (Foto: União Africana/Stuart Price)

Os alvos parecem ser meios de comunicação e jornalistas que investigam casos de corrupção. Na Nigéria, que viveu recentes ondas de protestos pelo fim da violência policial no movimento #EndSARS, a repressão foi mais dura.

Há registro de diversas tentativas de autoridades em se infiltrar e minar organizadores das manifestações. “O governo nigeriano conduziu vigilância em massa das telecomunicações dos cidadãos”, diz o relatório.

Táticas de espionagem se espalham pela África

Outras ocorrências estão na Zâmbia, que já estruturou uma das maiores unidades de espionagem cibernética da África em um escritório regulador do país.

Em Uganda, que vive intensos protestos contra o presidente Yoweri Museveni, autoridades perseguem dissidentes com base em ferramentas avançadas de reconhecimento facial e vigilância digital. Boa parte vem de empresas chinesas, como Huawei e Cloudwalk.

Com o crescente sistema de telefonia na África, se torna cada vez mais fácil rastrear e monitorar cidadãos de forma generalizada, observou o relatório.

“Enquanto isso, as operadoras de celular têm muitas dificuldades técnicas para identificar e bloquear abusos de sua infraestrutura”, pontuou.

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