O Congresso dos EUA aprovou nesta terça (22) uma lei de reconhecimento à autonomia do Tibete através da instalação de um consulado norte-americano na principal cidade da região autônoma, Lhasa.
A legislação também defende o direito dos tibetanos à escolha de um sucessor ao Dalai Lama, chefe de Estado e líder espiritual do Tibete. Em resposta, Beijing acusou os EUA de tentar desestabilizar a região e interferir em assuntos internos.
A China classifica o exilado Dalai Lama como um “separatista” e defende que tem direito de aprovar o seu sucessor. Para muitos, a exigência é uma forma de Beijing controlar a região, onde tibetanos étnicos representam 90% da população.
A demonstração de apoio de Washington tende a alimentar a tensão entre as duas potências protagonistas de uma acirrada disputa comercial e tecnológica.
Na legislação, os parlamentares norte-americanos ainda propõem uma “estrutura regional” sobre a “segurança hídrica” do Tibete. “A China desvia bilhões de metros cúbicos anualmente e tem planos de desviar mais águas do planalto tibetano”, diz o projeto.
Ambientalistas já expressaram preocupação com as ambições chinesas na hidrelétrica sobre o rio Yarlung Zangbo, iniciada em 2014. O temor é que a estrutura afete o abastecimento de água na região.
A China e o Tibete
A China assumiu o controle do Tibete em 1950, após o envio de tropas para uma “libertação pacífica”. Desde então, o território é uma das áreas mais sensíveis e restritas do país.
Dalai Lama fugiu para o exílio na Índia em 1959, após uma revolta fracassada contra o domínio chinês.
O presidente da Administração Central do Tibete, Lobsang Sangay, celebrou a aprovação da TPSA (Lei de Política e Apoio ao Tibete, em inglês). “Foi histórico. Os EUA acabam de afirmar que o Tibete continua sendo uma prioridade”, disse ele à Reuters.
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