Ter nascido depois dos anos 1980, desligar o celular rapidamente ou agir de forma suspeita foram motivos suficientes para o governo chinês deter cerca de dois mil cidadãos uigures entre 2016 e 2018, na província de Xinjiang.
A Radio Free Asia teve acesso aos dados vazados e transmitiu para análise da organização de direitos humanos Human Rights Watch, que manifestou preocupação na última quarta (9). As detenções ocorreram em Aksu, a 135 quilômetros da capital do território, Urumqi.
Os documentos mostram que policiais detiveram uma mulher por receber quatro ligações de um número estrangeiro em março de 2017. Outro homem teria ajustado o relógio em um fuso horário diferente – ato que Beijing considerou como “rebelião”.
“A lista de Aksu fornece informações sobre como a repressão brutal da China está sendo turbinada pela tecnologia em Xinjiang”, disse Maya Wang, pesquisadora da HRW.
Muitos dos detidos estão desaparecidos desde então. Há relatos de que muitos são forçados a trabalhar em fábricas e linhas de produção por pouco ou nenhum salário. Os campos de detenção se multiplicaram em Xinjiang desde 2016.
Conforme os documentos vazados, o monitoramento dos uigures ocorre através da IJOP (Plataforma de Operações Conjuntas Integradas). Os sistemas massivos incluem reconhecimento facial, histórico da internet, localização e dados pessoais.
As denúncias de violações e perseguição à comunidade uigur já se tornaram assunto em todo o mundo. Beijing vê a minoria étnica muçulmana uigur com desconfiança e trabalha para apagar essa cultura.
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