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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Em conflito contra Taiwan, Beijing quer levar exército inimigo ‘à exaustão’

Os avanços de Beijing contra Taiwan está levando o exército da ilha à exaustão, aponta uma reportagem investigativa da Reuters, lançada na última quinta (10).

Sem ataques diretos, Beijing lançou uma forma de guerra de “zona cinzenta” – um tipo irregular de conflito que se aproxima de um guerra real, mas vulnerabiliza o alvo via ondas de ameaças.

Desde setembro, aviões de guerra chineses voam sobre o estreito de Taiwan e insinuam ataques que nunca acontecem. Ao mesmo tempo, exercícios de aterrissagem de anfíbios, patrulhas navais, ataques cibernéticos e confrontos diplomáticos armam a atmosfera do mais alto risco de ataque mútuo em décadas.

A presidente da ilha, Tsai Ing-wen, falou sobre o risco iminente na última terça (8). “A democracia da ilha está sob a pressão implacável de forças autoritárias. Taiwan tem recebido ameaças militares diariamente”, disse, sem entrar em detalhes.

Em conflito contra Taiwan, Beijing quer levar exército inimigo 'à exaustão'
Parte de batalhão do Exército chinês em Beijing, em maio de 2013 (Foto: CreativeCommons/Tomohiro Ohsumi)

A relação entre Beijing e Taipé se desgastou mais profundamente desde a eleição de Tsai Ing-wen, em 2016. A presidente luta contra o princípio de “uma só China” imposto pelo governo chinês.

Apesar de Taipé ter reforçado o seu exército com ajuda dos EUA – um polêmico aliado em meio à guerra comercial de Beijing e Washington –, as forças chinesas ainda detém maior poder militar.

Domínio ambicioso

Com um exército em desenvolvimento desde a posse de Xi Jinping, em 2012, a China busca se estabelecer o suficiente para conseguir dominar a ilha de 23 milhões de habitantes em um único dia, dizem analistas.

Segundo um almirante militar aposentado de Taiwan, o exército chinês só não “esmagou” Taiwan pois ainda não tem o “poder de fogo” para fazê-lo. Mas é questão de tempo. “O avanço militar a China é muito superior. É apenas uma questão de tempo para eles reunirem forças”.

O recente controle sobre Hong Kong, Tibet e Xinjiang favorecem a narrativa da conquista sobre sobre o território reivindicado. O Escritório de Assuntos de Taiwan da China, porém, afirmou que Beijing está comprometido com a “reunificação pacífica”.

“São boatos cheios de preconceito e mostram uma mentalidade da Guerra Fria. Estamos profundamente insatisfeitos e nos opomos firmemente aos relatórios”, diz a nota lançada à Reuters.

A visão de Xi, no entanto, pode ser diferente. Em discurso no início de 2019, o líder chinês afirmou que Taiwan “deve ser e será” unificada à China. Ele não estabeleceu prazo, nem descartou o uso da força.

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