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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Ucrânia quer Chernobyl como Patrimônio Mundial da Unesco

A Ucrânia quer o título de Patrimônio Mundial da Unesco para a região da antiga usina de Chernobyl. Com o título, o país poderá obter ajuda para gerenciar o turismo para região onde ocorreu em 1986 o que é considerado o pior acidente nuclear do mundo, apontou a AFP.

Apesar do tímido turismo às cidades da zona de exclusão, como Pripyat, a área não tem status oficial. Animais e folhagens já tomaram conta de muitos prédios, lojas e edifícios oficiais da era soviética.

Com o reconhecimento da Unesco, o governo ucraniano poderia recuperar parte dos escombros da radiação e, assim, impulsionar o local como atração turística, como o Taj Mahal da Índia ou o Stonehenge, da Inglaterra.

Ucrânia tenta consolidar Chernobyl como Patrimônio Mundial da Unesco
Marcas do abandono em Chernobyl: parque de diversões é tomado por vida selvagem na zona de exclusão, em março de 2004 (Foto: CreativeCommons)

Em 2019, 124 mil turistas visitaram a área após o sucesso da série de televisão de mesmo nome, lançada no ano passado. O número recorde ressalta a importância da região, conforme o primeiro-ministro ucraniano Oleksandr Tkachenko.

“Queremos promover essa zona de exclusão como um lugar de memória, para alertar contra a repetição de um desastre nuclear“, disse. “A área deve ser mais do que apenas um destino de aventura para exploradores”.

O governo da Ucrânia deve protocolar o projeto para lançar Chernobyl como patrimônio histórico até março, disse Tkachenko. A inclusão, contudo, pode ocorrer até 2023. A expectativa é que o número de visitantes chegue a um milhão por ano.

Evacuação por 24 mil anos

As autoridades ucranianas afirmam que a zona de exclusão não é segura para a vida humana pelos próximos 24 mil anos. A área corresponde ao país europeu de Luxemburgo.

Em abril de 1986, quando houve a explosão do quarto reator da usina nuclear, centenas de milhares de pessoas precisaram deixar suas casas em dezenas de cidades da Ucrânia e de Belarus.

Hoje cerca de 100 idosos vivem na área, apesar das ameaças de radiação. Os outros três reatores continuaram gerando energia até 2000, mas estão desativados desde então.

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