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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Com 150 mortos em dois dias, violência interétnica se espalha na Etiópia

Os conflitos armados na Etiópia chegaram ao seu patamar mais alto desde o início das disputas na região de Tigré. Perto de confirmar a previsão pessimista de especialistas, a violência já se espalha pelo país.

O saldo de mortos em 48 horas já chega a 150 – todos em meio a disputas interétnicas, apontou a Reuters. Nesta quinta (24), um embate entre as tropas etíopes e homens armados resultou em 42 mortos na região de Benishangul-Gumuz.

Conforme a emissora etíope Fana TV, as vítimas estavam envolvidas no ataque ao vilarejo de Bekoji, que matou mais de 100 pessoas nesta quarta (23). As forças da Etiópia relatam ter apreendido arcos, flechas e outras armas na ação.

O ataque ao amanhecer pegou os moradores de Bekoji de surpresa, relatam testemunhas. Enquanto tentavam fugir, muitos cidadãos foram atingidos com golpes de faca e armas de fogo, disse um médico à Associated Press.

Com 150 mortos em dois dias, violência interétnica se espalha na Etiópia
Cidadãos de Tigré, na Etiópia, fogem de conflitos em direção ao Sudão em dezembro de 2020 (Foto: UN Photo/Will Swanson)

As mortes seriam uma resposta a disputas por terras. A região, que é lar de diversos grupos étnicos, passou a ser alvo de fazendeiros e empresários da província vizinha, Amhara.

Os nativos reclamam que o grupo está tomando as terras férteis, especialmente na zona de Metekel, onde ocorreram os ataques. Em Tigré, militares lutam contra rebeldes há mais de seis semanas.

O conflito já forçou o deslocamento de 950 mil pessoas, grande parte ao Sudão. Além disso, o governo etíope ainda tenta conter uma insurgência na região de Oromia. Na porosa fronteira oriental, militantes islâmicos somalis ameaçam invadir o país.

Violações

Apesar de Addis Abeba reduzir o cerco às telecomunicações de Tigré, a região já completa seis semanas sem acesso às redes de telefone e internet em meio ao conflito na região.

Os militares também dificultam o acesso à ajuda humanitária e milhares passam fome. A ONU (Organização das Nações Unidas) já alerta para violações aos direitos humanos em ondas de violência em toda a Etiópia.

“Recebemos denúncias de ataques de artilharia em áreas povoadas, alvos deliberados de civis, execuções extrajudiciais e saques generalizados”, apontou a alta comissária do Escritório da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

A violência na Etiópia se acentuou no início de novembro, quando o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou tropas a Tigré após um suposto ataque em uma base militar que envolveu roubo de artilharia.

Abiy acusa os líderes de Tigré de desrespeitar a Constituição etíope. O partido realizou eleições locais no dia 9 de setembro sem a autorização do governo, que adiou o pleito para 2021 por conta da pandemia do novo coronavírus.

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