O jornalista chinês Chen Qiushi, conhecido por reportar os primeiros casos de Covid-19 em Wuhan, foi encontrado após mais de oito meses desaparecido. As autoridades detiveram o jovem em janeiro, afirmou um amigo de Chen, Xu Xiaodong, ao britânico “The Guardian“.
Segundo Xu, o jornalista está saudável, mas continua sob supervisão do governo chinês em Qindao, na costa leste do país. As autoridades teriam informado que Chen não responderá a processo judicial “por enquanto”.
Em investigação com Japão e Hong Kong, Beijing entendeu que não houve contato do jornalista com qualquer grupo de oposição do exterior.
Não se sabe se Chen está em um campo de detenção ou na casa de seus pais sob vigilância das forças policiais do país. A prisão domiciliar é comum na China durante detenções de até seis meses, sem acusação.
Além de Chen, outros jornalistas foram presos por escrever sobre o surto em Wuhan. Um exemplo é Li Zehua, que desapareceu em fevereiro e só foi libertado em abril. Outro repórter é Fang Bin, que não é visto desde janeiro.
O cerco da China a jornalistas se fechou ainda mais após o início da pandemia. Desde janeiro, Beijing já expulsou 17 jornalistas estrangeiros do país. O número de profissionais que deixou o país de forma voluntária, mesmo que sob coação, não foi contabilizado.
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