Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), publicado em maio, aponta que a resposta da Itália à pandemia de Covid-19 foi “improvisada” e “caótica”. O jornal britânico “Financial Times” teve acesso ao documento, que foi removido do ar.
Segundo especialistas, a abordagem descentralizada de Roma em relação a políticas de saúde pública contribuiu para aumentar o número de casos e mortes na primeira fase da pandemia.
Atrasos em testes e no rastreamento de infecções também prejudicaram os italianos, diz o texto de 102 páginas. “Despreparada para a enxurrada de pacientes graves, a reação inicial dos hospitais foi improvisada, caótica e criativa”.
A Itália foi o primeiro país europeu muito afetado pelo novo coronavírus. Na primeira onda, o número de mortos chegou a 35 mil. A partir de outubro os números voltaram a subir e o país já soma 60 mil óbitos pela doença.
Em rápida escalada, a Itália figura em sexto lugar entre os países com mais contágios por Covid-19 – já são 1,7 milhão, conforme levantamento da Universidade Johns Hopkins, nos EUA.
Relatório foi excluído
Segundo o FT, o Kuwait financiou o relatório da OMS para orientar países ainda sem registros de Covid-19 à época. A agência disse ter removido o documento por “erros factuais” em dados e estatísticas.
Questionado, o principal autor do levantamento, Francisco Zambon, contestou a declaração. “Nunca me informaram das imprecisões e inconsistências do relatório”, disse.
Segundo Zambon, todos os textos da OMS passam por uma rodada de comentários antes da publicação. “O objetivo é garantir a solidez técnica e consistência corporativa do material”.
O responsável pelo plano de resposta a pandemias da Itália teria sido Ranieri Guerra, médico-chefe do Ministério da Saúde entre 2014 e 2017. Guerra é um dos 14 diretores-gerais assistentes da OMS e não quis comentar o assunto.
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