As execuções por pena de morte quase dobraram no Egito em outubro e novembro, e superou o total de 2019. Nos últimos dois meses, 57 cidadãos foram mortos, enquanto o ano passado terminou com 32 execuções.
Um relatório da Anistia Internacional, lançado nesta quarta (2), lança luz sobre a questão. De acordo com a organização, ao menos 15 dos executados tiveram a condenação à morte relacionada com questões políticas.
A Anistia Internacional classifica as decisões como injustas e acusa o governo de grave violação aos direitos humanos. “São julgamentos em massa, grosseiros e estúpidos”, disse um dos diretores da Anistia, Philip Luther.
Desde que o presidente Abdel Fattah al-Sisi chegou ao poder, em 2014, os tribunais egípcios condenaram cerca de três mil cidadãos à morte. O número é muito superior às cerca de 800 sentenças de morte proferidas entre 2008 e 2013.
A organização exorta as autoridades egípcias a promover a anulação de todas as condenações e realizar novos julgamentos aos presos políticos. Outra reivindicação é a suspensão imediata das execuções.
“Pedimos que os membros do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas estabeleçam um mecanismo de monitoramento sobre as violações no Egito”, reformou Luther.
Questionado, al-Sisi afirmou que não há prisioneiros políticos no Egito. “A estabilidade e segurança são fundamentais”, pontuou.
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