Apesar de se opor à independência da Escócia, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, tem impulsionado eleitores indecisos escoceses a concordarem com a separação do país.
O movimento está registrado na pesquisa da JL Partners, publicada em setembro no portal Politico. Contrários às atuais políticas de combate à Covid-19 e ao Brexit, 56% dos escoceses são favoráveis a deixar o Reino Unido pela primeira vez na história britânica moderna.
Na realização do primeiro referendo, em 2014, 55% eram contrários à separação. “A maior ameaça para o futuro do Reino Unido é o primeiro-ministro, toda vez que ele abre a boca”, disse o líder trabalhista Keir Starmer, no dia 18.
Nesta segunda-feira (30), a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, garantiu que pedirá autorização ao governo britânico para organizar um segundo referendo sobre a independência do país.
Líder do SNP (Partido Nacional Escocês, em inglês), Sturgeon se prepara para concorrer novamente às eleições regionais do país, programadas para maio de 2021.
“Quero garantir o direito da Escócia de decidir seu futuro”, disse ela em cúpula virtual do partido. Com resultado positivo à sigla, aumenta a possibilidade de um novo referendo sobre a divisão da Grã-Bretanha.
Queda de braço antiga
A reivindicação pela independência escocesa é uma forte corrente no país e já dura três séculos. A Escócia chegou a ser independente entre 843 a 1707, e sua reunificação ao Reino Unido é até hoje motivo de discussão entre nacionalistas.
Fontes ligadas a Boris Johnson afirmaram que o governo investirá em propaganda para enfatizar os benefícios econômicos britânicos e atacar o histórico político do SNP, apontou o portal Foreign Policy.
Apesar de não passar de especulação, analistas econômicos já apontam que, para deixar a Grã-Bretanha, a Escócia enfrentaria uma série de desafios pela frente. Um exemplo é a criação de sua própria autoridade monetária, orgão para a qualificar a entrada do país na União Europeia.
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