Uma auditoria do PNUD, agência de desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas) detectou sinais de “fraude e conluio” em projetos financiados pelo GEF (Fundo Mundial para o Meio Ambiente).
O esquema envolveria milhões de dólares, apontou reportagem do jornal britânico “Financial Times”, que teve acesso ao processo em novembro.
Uma cópia do relatório preliminar de auditoria e investigações, ainda não disponível ao público, apresenta “distorções financeiras” na carteira do PNUD em projetos financiados pelo GEF em diversas partes do mundo.
Pelo menos dois países ainda não nomeados estariam envolvidos na fraude, o que levanta suspeita de conluio entre diversos gerentes de projetos. “Os problemas podem comprometer seriamente os objetivos da entidade”, diz o relatório.
Criado pelo Banco Mundial em 1991, o GEF já desembolsou mais de US$ 21 bilhões em 170 países. O PNUD administrou pelo menos US$ 7 bilhões do montante.
A auditoria é a primeira revisão dos projetos financiados pelo GEF no PNUD desde 2013 e vem na esteira de uma preocupação crescente sobre a gestão e supervisão das Nações Unidas. O GEF não se manifestou.
O que diz o Pnud
Em nota, o PNUD afirmou que investigou várias alegações de uso indevido de fundos relacionados a projetos do GEF. Os casos de fraude, segundo a agência da ONU, representam cerca de 1,4% da carteira de projetos financiados pelo fundo no PNUD.
A agência confirma que encontrou evidências de má conduta e relata já ter identificado os responsáveis. O Conselho Executivo receberá informações de todos os casos comprovados, disse o comunicado.
“O PNUD reconhece que há casos em que nossos altos padrões não são cumpridos. No entanto, dada a natureza das operações globais do PNUD em 170 países e três mil projetos, o número de investigações é baixo quando comparado a outras organizações”, pontuou a nota.
De acordo com a agência, existem hoje 704 projetos financiados pelo GEF em 137 países sob sua supervisão.
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