Os EUA prometeram na quinta (3) auxiliar Moçambique a frear a insurgência do Estado Islâmico na província de Cabo Delgado, ao norte do país.
A coordenador de contraterrorismo do Departamento de Estado norte-americano, Nathan Sales, confirmou a informação à agência de notícias AFP, ao retornar de uma viagem de dois dias a Maputo, capital do país de 30 milhões de habitantes no sudeste da África.
Segundo ele, as tratativas com o presidente Filipe Nyusi já adiantam a cooperação entre os países. “Os EUA estão profundamente interessados em fazer parceria com Moçambique”, disse Sales.
De acordo com a embaixada dos EUA em Maputo, Washington alocou US$ 42 milhões para projetos humanitários em Cabo Delgado.
A situação na província chamou a atenção da comunidade internacional após denúncias sobre a crescente violência do Estado Islâmico contra a população local. No início do mês, o grupo decapitou cerca de 50 pessoas.
O exército moçambicano também não dá conta do avanço dos jihadistas islâmicos. Estima-se que 25 soldados das forças do país já foram mortos e pelo menos 15 ficaram feridos em duas emboscadas dos terroristas.
Região sob ataque
Grande parte da província de Cabo Delgado está sob o domínio do grupo desde o início do ano, quando os ataques se intensificaram após o grupo paramilitar Ahulu Sunnah Wa-Jama jurou fidelidade ao EI.
A região, que faz divisa com a Tanzânia, é rica em gás natural e guarda reservas importantes de petróleo. Desde 2017, a brutalidade dos grupos já mataram mais de 2,3 mil pessoas e forçaram o deslocamento de 500 mil.
Os atentados dos jihadistas islâmicos já colocam Moçambique entre os territórios de maior incidência de terrorismo do mundo. O país subiu oito lugares e ocupa a 15ª posição do Índice Mundial do Terrorismo.
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