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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Em carta, aliados dos EUA pediram que Trump não impusesse sanções ao Irã

Uma correspondência diplomática à qual a Reuters teve acesso aponta que Alemanha, França e Grã-Bretanha tentaram dissuadir o presidente dos EUA, Donald Trump, a impôr novas sanções ao Irã em outubro.

De acordo com o documento, os aliados argumentaram que a medida impediria um comércio humanitário legítimo e prejudicaria os interesses comuns das potências.

“As sanções podem tornar os alimentos e remédios proibitivamente caros para os iranianos comuns em meio à pandemia”, diz a carta. “Os EUA sempre disseram que o objetivo era atingir a elite governante, e não a população iraniana”.

A carta teria sido enviada no dia 26 de outubro, logo após os EUA impôr novas sanções a 18 bancos iranianos como parte de uma campanha de “pressão máxima” sobre o do país do Oriente Médio.

Pacientes infectados com Covid-19 recebem tratamento na unidade intensiva do Hospital Iman Khomeini, em Teerã, no Irã, em março de 2020 (Foto: CreativeCommons/Mohsen Atayi)

Com a ordem, Washington dificultou ainda mais o caminho entre norte-americanos, instituições financeiras do Irã e empresas estrangeiras em negociação com seus credores.

Ao mesmo tempo, o Bundesbank da Alemanha também manteve uma linha aberta com bilhões de euros para facilitar depósitos a bancos iranianos – incluindo dois sancionados pelos EUA.

Restauração diplomática

Questionados, o ministério de Relações Exteriores da Grã-Bretanha afirmou que o país não concorda com as sanções. Na França, a pasta preferiu não opinar. Já a Alemanha afirmou que lidera tentativas de “salvar o acordo” de 2015 entre as potências e Teerã.

Representantes dos três países se reuniram em Berlim no final de novembro para discutir a questão a fim de preservar o acordo nuclear. Alemanha, França e Grã-Bretanha integram o acordo de 2015. Os EUA deixaram o grupo de forma unilateral em 2018.

Este é o primeiro relato da resistência de aliados sobre as sanções tomadas por Trump em relação ao Irã.

Nesta quarta (2), o presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que discorda do projeto de lei aprovado pelo parlamento na terça (1) para suspender as inspeções da ONU aos estoques nucleares do país.

Segundo ele, a lei seria prejudicial aos esforços diplomáticos para restaurar o acordo nuclear de 2015 e aliviar as sanções dos EUA, registrou a Associated Press.

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