Com a contagem dos votos em andamento, Mianmar deve anunciar os vencedores das eleições ainda nesta segunda-feira (9), informou o jornal tailandês “Bangkok Post“.
Até agora, o partido de oposição reivindica a vitória do pleito realizado neste domingo (8) – a segunda eleição parlamentar desde o fim do regime militar, em 2011.
À Reuters, a NLD (Liga Nacional para a Democracia, em inglês) afirmou que conquistou mais que as 322 cadeiras necessárias no Parlamento para formar o próximo governo. O dado tem como base a contagem não-oficial de votos do próprio partido, disse o porta-voz Myo Nyut.
A NLD espera ultrapassar as 390 cadeiras parlamentares conquistadas nas eleições de 2015. O partido não mencionou estimativa específica até o fechamento desta matéria.
Ao todo, estavam em disputa 315 cadeiras na Câmara Baixa e 161 lugares na Câmara Alta, equivalentes à Câmara e ao Senado. O Parlamento suporta, ao todo, 425 e 217 lugares, respectivamente. No poder por quase 50 anos, os militares têm direito a um quarto dos assentos.
O pleito seria mais uma tentativa de transição democrática no país asiático de 53,7 milhões de habitantes. Nas últimas eleições, em 2015, a hoje conselheira estadual e Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi, foi impedida de assumir o comando birmanês mesmo após vencer o pleito.
Desgaste político
Há, no entanto, um desgaste político nas eleições de Mianmar em relação a NLD e Suu Kyi. Ainda que continue popular, muitos opositores aos militares birmaneses se dizem desapontados com os rumos do país. Ativistas chegaram a realizar uma campanha para boicotar o pleito.
As acusações de genocídio à minoria muçulmana rohingya estão no centro dos debates. Vítimas de perseguição e atrocidades, a população não tem direito ao voto nem à nacionalidade birmanesa.
Rebeliões eclodiram em diversas partes do país nas últimas semanas. Como forma de repreensão, mais de um milhão de pessoas não puderam escolher os seus representantes e o partido rohingya não pôde participar do pleito.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o Exército birmanês forçou mais de 730 mil rohingyas a deixar o país desde 2017. Grande parte está em campos de refugiados de Bangladesh.
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