O ex-líder de milícia da República Democrática do Congo, Ntabo Ntaberi, foi condenado a prisão perpétua nesta segunda (23) após dois anos de julgamento, informou a britânica BBC.
Ntaberi estava à frente da milícia NDC (Nduma Defense of Congo), na província oriental de Kivu do Norte. A região vive diversos conflitos, movimentados por divisões políticas e disputas por recursos minerais.
Cerca de 180 vítimas testemunharam assassinatos, estupros em massa, escravidão sexual e alistamento de crianças menores de 15 anos para lutar na guerra. Os atos configuram crime contra a humanidade.
Apesar de a guerra civil da República Democrática do Congo ter acabado em 2003, após cinco anos de conflito armado, as milícias ainda lideram as mais diversas atrocidades na região.
O primeiro processo contra Ntaberi é de janeiro de 2011, quando autoridades o acusaram de orquestrar ataques a aldeias. Estima-se que o grupo liderado por ele estuprou 400 pessoas e matou cerca de 300.
O líder ficou foragido por quase seis anos antes de se render às forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2017. Além dele, o tribunal também condenou um comandante de outra milícia com a pena de prisão perpétua por crimes em Kivu do Norte.
“Este veredito é uma fonte de imensa esperança para as muitas vítimas dos conflitos da República Democrática do Congo”, disse a chefe da missão de paz da ONU no país, Leila Zerrougui. “A impunidade não é inevitável”.
Apesar da prisão, dezenas de outros grupos armados permanecem ativos ao leste do país da África Central, de 84 milhões de habitantes. Membros remanescentes de Ntaberi continuam na região sob o nome de NDC-Renovated.
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