Desde que voou para a Alemanha para tratar a Covid-19, no último dia 28, pouco se sabe sobre o estado de saúde – ou qualquer outra informação – do presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune.
Aos 75 anos, o chefe de Estado não é visto em público desde então e não há qualquer pronunciamento sobre a evolução de seu quadro. A ausência de respostas se torna combustível à crescente crise política do país, ainda sob reflexos dos protestos violentos de 2019.
A última atualização, por meio de nota, veio no último dia 15. No comunicado, o gabinete do presidente afirmou que Tebboune havia “concluído o tratamento” e “fazia exames”. Não há menção a uma data de retorno do mandatário a Argel.
Tebboune repete os passos do antecessor, Abdelaziz Bouteflika. À frente do país por dez anos, o político renunciou ao cargo no final do ano passado após protestos por passar meses internado no exterior.
Sem governante, a Argélia volta a um limbo de lideranças ausentes, crise gerada pela pandemia e queda exponencial nas exportações de energia.
Enquanto o presidente não dá notícias, o país magrebino de 42,2 milhões de habitantes aguarda reformas na Constituição – respaldadas por uma eleição boicotada – e a aprovação do Orçamento para 2021.
“Por que estão escondendo a verdade sobre a saúde de Tebboune? Por que não nos mostram fotos dele no hospital?”, questionou uma argelina à Bloomberg.
“Vivo ou morto?”
A falta de notícias do presidente causou uma onda de “presságios” e “apostas” entre a população argelina. O mais recente, lançado nesta quarta (25) pela emissora Le7TV, aponta que Tebboune está morto.
A afirmação tem base no recente encontro às pressas entre o chefe do governo da Argélia, Abdelaziz Djerad, e o embaixador da Alemanha no país.
Apesar de não citar qualquer fonte oficial alemã, a emissora afirma que a visita precede o anúncio oficial da morte do presidente por Covid-19. Em resposta, a assessoria de imprensa do governo negou as suspeitas.
“O estado de saúde do presidente está em constante melhora”, diz a nota, com poucas informações. “Uma aparência de negação que não acrescenta nada de novo à real situação de saúde de Tebboune. Morto ou vivo, a questão permanece sem solução”, escreveu o portal Afrik.com.
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