Um projeto de lei apresentado pelo Kremlin na última quinta (19) quer garantir o poder de bloqueio a sites que censuram o conteúdo da mídia estatal russa.
A imprensa oficialista na Rússia é pródiga na utilização de técnicas de propaganda para veicular pontos de vista inteiramente alinhados ao governo de Vladimir Putin.
A organização Human Rights Watch denunciou o projeto e apontou que a medida fortaleceria a censura à mídia independente, não alinhada ao governo, do país.
No texto, Moscou defende que os sites “violam o direito” dos russos ao acesso à informação.
Um dos casos é a suposta exclusão intencional do Google de vídeos de uma das plataformas mantidas pelo governo russo da página de “tendências” do YouTube, argumenta o projeto.
As autoridades teriam registrado pelo menos 20 incidentes de “censura” às informações transmitidas por canais de mídia estatal desde abril.
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Qualquer restrição das informações de “importância pública” poderia ser considerada como “censura discriminatória contra a Rússia” e gerar o bloqueio total ou parcial dos endereços da web.
Esta não é a primeira restrição de acesso a conteúdos em sites online pelo Kremlin. Em 2019, a lei “Internet Soberana” permitiu que o governo russo use a tecnologia para rastrear, filtrar e redirecionar o tráfego online.
“Desde então, temos sérias preocupações sobre o bloqueio arbitrário e extrajudicial de conteúdo legítimo”, disse a coordenadora da HRW, Anastasia Zlobina, à Radio Free Europe.
Em junho, quatro processos movidos contra a Rússia no Tribunal Europeu de Direitos Humanos concluíram que o bloqueio de sites viola o direito dos proprietários de transmitir informações e o direito do público de recebê-las.
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