O governo do Burundi, pequeno país na África Oriental, pediu que o escritório da ONU (Organização das Nações Unidas) saia do país até o final do ano, confirmou um diplomata à AFP no sábado (21).
A ordem prévia de fechamento formal até o dia 31 de dezembro teria sido encaminhada diretamente ao secretário-geral da ONU, António Guterres. O órgão ainda não se manifestou sobre o assunto.
O Ministério de Relações Exteriores do Burundi argumentou que a presença da ONU não é mais “pertinente” no país. “A situação está calma e estável e a recente eleição alcançou uma transição política histórica”, aponta a nota.
O documento ainda diz que o desenvolvimento socioeconômico é o único que requer a liderança das Nações Unidas.
“A decisão é soberana e irrevogável”, disse uma fonte não identificada do governo à AFP. “Não precisamos mais de um escritório que fomente a ideia de uma crise que existe apenas nas mentes de certas potências estrangeiras”.
Burundi em situação frágil
Nos últimos meses, a ONU tentava estender a missão do enviado especial no país por mais um ano, devido à frágil situação vivida pela população. Estima-se que 74% dos 11,1 milhões de habitantes do Burundi vivem em pobreza extrema.
Um enviado especial está no país desde 2016 para monitorar a tensão que culminou em disputas violentas durante a terceira candidatura do ex-presidente Pierre Nkurunziza.
Com a morte do político, em junho deste ano, Burundi está sob comando de Evariste Ndayishimiye.
Desde a sua eleição em maio, no entanto, a onda de violência não estagnou e a ONU chama atenção para diversos homicídios, prisões arbitrárias e desaparecimentos mesmo após os violentos períodos eleitorais.
Um diplomata da ONU que pediu para não ser identificado afirmou que a decisão de Burundi provavelmente prevê uma chance de negociar relações políticas “mais flexíveis” com as Nações Unidas.
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