As perspectivas ideológicas divergentes ficaram de lado no almoço dos presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou, na última quinta (19).
De acordo com o portal Infobae, os políticos decidiram se reaproximar ao constatar que um distanciamento bilateral seria deletério ao peso geopolítico de Buenos Aires, de Montevidéu e do próprio Mercosul, bloco de países da região cada vez mais esquecido pelos governos.
Os líderes assumiram posição de distanciamento por discordar de pontos como a agenda regional de Donald Trump, a situação da Venezuela e a eleição do norte-americano Maurício Claver-Carone como chefe do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Era uma regra informal da instituição que seu presidente fosse um latino-americano, convenção desprezada pelo governo que ocupa a Casa Branca até 21 de janeiro de 2021.
Enquanto Fernández dialoga com a Frente Ampla uruguaia, Lacalle Pou se destaca como grande nome da centro-direita no país. Em reunião-almoço na Estância Anchorena, na uruguaia Colônia del Sacramento, o presidente esperou o líder argentino com comidas regionais do Rio da Prata.
“Pudemos falar à vontade sobre os problemas da região e de nossos países, em particular”, disse Álvaro Fernández ao Infobae. “É necessário trabalharmos juntos para que a região volte a se unir, respeitando a diversidade ideológica“.
A reunião deve ser o ponto de partida para uma renovação nas relações diplomáticas entre os dois países do cone sul.
A expectativa é a de que os dois presidentes pleiteiem uma agenda comum para o Mercosul. O bloco vive divergências internas desde que Brasil, Paraguai e Uruguai se alinharam ao governo Trump – a Argentina, peronista, manteve distanciamento.
Alberto Fernández deve conversar com o democrata eleito nos EUA, Joe Biden, nos próximos dias para decidir alguns passos estratégicos na diplomacia latino-americana.
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