Mais de 180 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone tropical Gati, que atingiu a Somália no domingo (22). O país do Chifre da África enfrentou ventos de 130 a 140 km/h – o equivalente a um furacão de categoria 2.
Até a manhã desta quarta-feira (25), a agência humanitária da ONU (Organização das Nações Unidas) na Somália registrou o deslocamento de 42 mil cidadãos, disse a BBC.
O estado mais afetado foi o de Puntland, no nordeste do país. A cidade costeira de Bossaso registra o maior número de desabrigados. Autoridades apontam que a tempestade é a mais forte já registrada no país de 15 milhões de habitantes.
O temporal ocasionou enchentes em diversas estradas da região. Com as rotas bloqueadas, há dificuldade para acessar milhares de vítimas do ciclone.
A tempestade se une à já acentuada crise vivida no país. Com um sistema eleitoral pautado em delegados especiais e legisladores, a Somália vive sobre constantes ataques do grupo al-Shabaab, filiado à Al-Qaeda.
Apenas parte do território está sob o comando do presidente Mohamed Abdullahi Mohamed.
Para tentar resolver a questão, o país estabeleceu o objetivo de realizar uma eleição nacional no início de 2021. Caso o plano se concretize, essa seria a primeira eleição completamente democrática no país desde 1969.
Na segunda-feira (23) a ONU exortou as autoridades a persistirem no acordo. Apesar do modelo de votação não ser o ideal, o representante especial da Missão da ONU na Somália, James Swan, reconheceu o esforço para um “amplo consenso político” no país.
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