As autoridades da Tailândia já intimaram pelo menos 15 líderes dos protestos contrários à monarquia para responder nos termos da lei de lesa-majestade do país, informou o The Guardian nesta quarta (25).
Com um dos textos mais rígidos do mundo, a norma blinda a família real tailandesa de ameaça, insulto, difamação ou crítica. O condenado pode permanecer até 15 anos na prisão.
A polícia da Tailândia diz ter investigado 107 casos relacionados à lei de lesa-majestade desde o início dos movimentos, em julho. Pelo menos 24 foram encaminhados a promotores públicos e o restante segue em análise.
“Aplicaremos todas as leis e artigos disponíveis contra os manifestantes que escalam o conflito político”, disse o primeiro-ministro Prayut Chan-ocha na quinta-feira (19). Os protestos pedem a renúncia do político por corrupção e perseguição a oponentes.
Uma fonte policial afirmou que os líderes das manifestações irão responder aos comentários públicos sobre o comportamento, estilo de vida e gastos do rei Maha Vajiralongkorn.
Manifestações continuam
A questão financeira da família real é um dos pontos centrais nos protestos que ganharam força no início de agosto. Os manifestantes questionam o aumento de poderes concedidos à monarquia desde que o rei Maha subiu ao poder, em 2016.
Ao apontar a “fartura” de gastos da família real, um protesto reuniu milhares à frente do Siam Commercial Bank, nesta quarta (25). Os monarcas são os principais acionistas da instituição, a mais antiga da Tailândia.
A manifestação pacífica encerrou às 21h20 no horário local – 23h de ontem, no horário de Brasília. Os líderes prometeram um novo protesto na sexta-feira (27).
Na segunda (23), Prayut negou as especulações de implantação de uma nova lei marcial para conter os protestos. Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro afirmou que o governo tentava evitar os confrontos entre grupos opostos, disse o Bangkok Post.
Ele se refere à escalada de conflitos entre manifestantes pró-democracia e grupos pró-monarquia. “O governo não discriminará ninguém. Pedimos que os manifestantes mostrem consideração pelos policiais cujo trabalho é manter a ordem”, pontuou.
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