Pelo menos US$ 427 bilhões – R$ 2,2 trilhões – são perdidos todos os anos em paraísos fiscais, estima o relatório lançado nesta sexta (20) pela Rede de Justiça Fiscal.
De acordo com o estudo, a maior parte do valor, estimada em US$ 245 bilhões, se perde em abusos fiscais de corporações multinacionais. O restante deriva da omissão de multimilionários através do uso de ativos secretos offshore, organizações ou contas abertas no exterior.
De acordo com o relatório, as Ilhas Cayman são as principais responsáveis por até um terço de todas as perdas fiscais globais.
Os países ricos perdem, em termos absolutos, uma quantia maior nos paraísos fiscais, mas o maior impacto está em nações em desenvolvimento da África e América Latina. As perdas nos orçamentos de saúde pública nestes continentes alcançam até 52,5% e 20,4%, respectivamente.
Com a recuperação das perdas fiscais anuais, seria possível tirar mais de três milhões de sul-africanos da pobreza e pagar mais de um quarto da dívida crônica da Grécia, aponta a pesquisa.
Influência política
A Rede de Justiça Fiscal critica a União Europeia por ignorar possíveis paraísos fiscais e aponta uma provável influência política nesses espaços.
“Há uma programção do sistema tributário global para priorizar os desejos dos indivíduos mais ricos”, disse o presidente-executivo da rede, Alex Cobham.
Uma das razões é o não-cumprimento a um acordo firmado ainda em 2013 pelo G-20 e OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
O tratado exige relatórios públicos de todos os países, em uma tentativa de forças as multinacionais a apontar informações financeiras a respeito do armazenamento de lucros.
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