Com o futuro de milhões nas mãos das negociação de paz intra-afegã, a comunidade internacional também deve cooperar e pressionar por um acordo de paz no país.
O pedido é do chefe da Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados), Filippo Grandi, na conferência internacional de doadores desta segunda (23).
“O fracasso faria com que o Afeganistão retrocedesse, com consequências desastrosas, incluindo novas ondas de deslocamento – possivelmente em grande escala”, disse.
A negociação intra-afegã entre o governo e Taleban seguem em Doha, no Catar, desde outubro. O anúncio da saída das primeiras tropas norte-americanas, na última terça (17), no entanto, enfraqueceu a negociação e houve aumento da violência no país, apontou a Al-Jazeera.
Com o fluxo, pelo menos 300 mil afegãos se deslocaram dentro do país, que protagoniza uma das crise humanitárias mais acentuadas do mundo.
O apelo vem na esteira de uma possível redução nas doações enviadas ao país. Países estariam cogitando impor restrições mais rígidas à ajuda humanitária enviada ao Afeganistão para pressionar um acordo de paz e melhoria na distribuição dos recursos.
No Afeganistão, cerca de 16 milhões estão passando fome após a paralisação das atividades para evitar proliferação da Covid-19. É o equivalente a 43% de sua população.
Com os conflitos e os deslocados, a tendência é que a fome seja uma realidade de grande maioria da população, como já estima o Programa Mundial de Alimentos.
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