A agência de classificação de risco de crédito Fitch anunciou na quinta-feira (2) que retirou os ratings da incorporadora chinesa Evergrande e de duas de suas subsidiárias, Hengda Real Estate Group e Tianji Holding. O anúncio ocorre após a gigante chinesa da construção decidir que não mais participaria do processo de classificação.
“A Fitch retirou os ratings porque a Evergrande e suas subsidiárias optaram por deixar de participar do processo de rating. Portanto, a Fitch não terá mais informações suficientes para manter os ratings. Assim, a Fitch não fornecerá mais ratings ou cobertura analítica para a Evergrande e suas subsidiárias”, diz comunicado da agência.
Os ratings são avaliações emitidas por agências de classificação de risco sobre a qualidade de crédito. “As agências avaliam a capacidade de um emissor de honrar suas obrigações financeiras integralmente e no prazo determinado. Vale lembrar que é opção da instituição emissora contratar ou não esse tipo de serviço”, explica a plataforma de investimento Nu Invest.
A gigante chinesa, que já foi líder de vendas no país, foi taxada como inadimplente pela Fitch em dezembro. A declaração reflete a incapacidade da empresa de honrar os juros devidos em meio a um déficit na casa dos US$ 300 bilhões.
Depois de expandir os negócios e tomar empréstimos a uma velocidade vertiginosa, a Evergrande alega que tem lutado para juntar o dinheiro que precisa para honrar dívidas em atraso, empréstimos pendentes e salários atrasados para os trabalhadores que construíram inúmeros de seus imóveis em toda a China.
Por que isso importa?
Foi o endividamento da Evergrande que chamou a atenção para a crise imobiliária chinesa, símbolo das dificuldades enfrentadas pela economia local e seu outrora próspero setor. Depois de expandir e tomar empréstimos a uma velocidade vertiginosa, a incorporadora alega que tem lutado para juntar o dinheiro que precisa para honrar dívidas em atraso, empréstimos pendentes e salários atrasados.
Hui Ka Yan, fundador e presidente da companhia e primeiro na lista de bilionários devedores do setor imobiliário chinês, já perdeu pagamentos de mais de US$ 20 bilhões em títulos internacionais e ainda não ofereceu um plano de reestruturação viável para a empresa. Ele tentou restaurar a confiança no seu negócio em fevereiro, ao descartar a venda de ativos, alegando que a empresa concluiria metade de seus projetos restantes no decorrer de 2022.
No dia 21 de março, a Evergrande teve suspensa a negociação de suas ações na bolsa de Hong Kong e foi avisada de que precisa informar as autoridades locais sobre como será executada a reestruturação da companhia. No dia seguinte ao anúncio, a gigante chinesa teve cerca de US$ 2,1 bilhões em dinheiro apreendidos por bancos para o pagamento de credores.
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