Apesar de ter sido eleito sob uma plataforma centrista, o atual presidente Emmanuel Macron dá amostras sobre sua inclinação à direita a apenas 17 meses para as próximas eleições na França.
A guinada destra, no entanto, pode ocasionar a perda de eleitores – como já ocorreu em outros governos franceses, como apontou a CNN.
Pelo menos 43 parlamentares foram expulsos do partido de Macron, LREM (La République en Marche), desde a posse do presidente, em 2017. A maioria foi barrada pela base cada vez mais conservadora do partido.
As aberturas conservadoras e de direita de Macron foram evidenciadas quando o partido apresentou um projeto de lei para a “segurança global” ao Parlamento.
Um artigo chamou a atenção: a lei proibiria a divulgação de imagens de policiais com a “intenção de prejudicá-los”. Ativistas lançaram um alerta: se sancionada, a lei poderia dificultar a cobertura jornalística em protestos na ocorrência de brutalidade policial.
O Parlamento francês aprovou o projeto nesta terça (24), informou a emissora Euronews. Agora o Senado deve votar o protocolo.
O projeto de lei acompanha outra proposição polêmica, que deve ser apresentada em dezembro. No texto, Macron estaria em busca de “fortalecer os valores seculares” e “combater o separatismo islâmico“.
Macron repete Hollande
A jogada se assemelha à de François Hollande, antecessor de Macron. O ex-presidente tentou tranquilizar a população após uma série de ataques terroristas ao propôr a polêmica lei em revisão à cidadania francesa de dupla nacionalidade aos condenados por terrorismo.
Após os protestos que forçaram a renúncia da então ministra da Justiça, Christiane Taubira, em janeiro de 2016, o desaplaudido Hollande se tornou o primeiro presidente francês a não buscar a reeleição.
Em entrevista à CNN, especialistas anteciparam uma possível repetição histórica. Com o LREM já dividido e as propostas controversas, questiona-se qual será a próxima cartada de Macron para se manter no poder.
“Um grande número de eleitores de esquerda de Macron o deixaram porque viram que ele mudou”, disse o pesquisador Jerome Fourqet. “Eles foram substituídos por eleitores que não votaram nele e que são de direita. A questão é: quanto mais para a direita ele está disposto ou pode ir para manter a liderança intacta?”.
O post A menos de 18 meses para eleição, Macron investe em guinada à direita apareceu primeiro em A Referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, evite comentários depreciativos e ofensivos