Um tribunal especial por “terrorismo” e “crimes de segurança nacional” deverá julgar a ativista pelos direitos humanos, Loujain al-Hathloul, presa desde 2018 na Arábia Saudita. As informações são do jornal “The New York Times”.
As autoridades sauditas acusam Al-Hathloul, 31, de tentar mudar o sistema político, fazer campanha pelos direitos das mulheres e comunicar jornalistas estrangeiros, diplomatas e organizações sobre “questões internas do reino”.
Al-Hathloul se destacou na Arábia Saudita após diversas detenções por desafiar a proibição de mulheres dirigirem automóveis. O país revogou a lei em junho de 2018.
“A detenção da ativista está pautada em questões de segurança nacional”, disse o ministro das Relações Exteriores do reino saudita, Adel al-Jubeir à BBC. “Além de lidar com entidades estrangeiras, ela apoiou entidades hostis à Riad”.
A ativista foi transferida para ser julgada por outro tribunal nesta quarta-feira (25). “O tribunal atual disse que não tinha jurisdição, mas eles lidam com o caso há um ano e oito meses”, questionou a irmã de Al-Hathloul, Lina.
Arábia Saudita e o G-20
Anfitriã na cúpula anual do G-20, a Arábia Saudita não correspondeu às expectativas de que pudesse libertar a ativista como um sinal de “mudança” e “abertura” democrática.
O país tenta transformar sua imagem em meio a transição de governo dos EUA. Sem a reeleição de Donald Trump, alheio às garantias de direitos humanos em seus aliados árabes, o desafio dos sauditas fortalecer o relacionamento com os norte-americanos sob Joe Biden.
Durante a campanha, o democrata prometeu reavaliar a relação entre os países e impor penalidades para violações de Riad.
As autoridades sauditas não quiseram se manifestar sobre o caso. “Não importa o que aconteça, tudo isso é uma farsa”, disse o vice-diretor da Human Rights Watch para o Oriente Médio, Adam Coogle. “Não é um sistema jurídico justo. Pedimos a libertação de Loujain”.
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