Em entrevista ao jornal francês “Le Grand Continent”, nesta segunda (16), o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a eleição de Joe Biden nos EUA não deve servir para empurrar os líderes da União Europeia ao “comodismo”.
Pelo contrário, a escolha por um presidente democrata é ideal para que a independência do continente – em termos tecnológicos, econômicos e de defesa – se solidifique.
“Só não respeitarão quando formos soberanos em nossa própria defesa, finanças e tecnologia. Precisamos continuar a construir nossa independência para nós mesmos”, afirmou o chefe de Estado francês.
Macron tem pressionado as lideranças da UE para desenvolver capacidade de defesa e política externa menos dependente dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Segundo ele, a confiança na Otan favoreceu com que a Europa “fechasse os olhos” para outras estratégias geopolíticas ao redor do mundo.
Seus comentários vem na esteira de uma série de conflitos após declarações do presidente francês. Entre eles estão os rígidos bloqueios forçados pela retomada da Covid-19 na França e o mal-estar com países muçulmanos após atentados terroristas no final de outubro.
Macron insistiu na pressão por uma agenda contra os efeitos climáticos após a posse de Biden – e viu riscos de reação da comunidade internacional sobre novos acordos comerciais com nações que não respeitam o meio ambiente.
“Seria loucura pedir sacrifícios e continuar a construir acordos comerciais com países ao redor do mundo que não fazem os mesmos esforços”, apontou. “E a questão vai surgir nesta nova administração norte-americana”.
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