A dívida global aumentou até US$ 15 trilhões nos primeiros nove meses de 2020, apontou uma pesquisa recente do IIF (Instituto de Finanças Internacionais) nesta quarta (18).
De proporção “sem precedentes”, o aumento de empréstimos vem na esteira da crise do novo coronavírus e abre caminho para que o nível total de endividamento global ultrapasse os US$ 277 trilhões em 2020.
A quantia deve representar 365% do PIB (Produto Interno Bruto) global até o final do ano, ante 320% registrado no final de 2019.
A acumulação de dívidas gera expectativa de que a economia global lute para reduzir os empréstimos no futuro. Conforme a pesquisa, este fator não deve resultar em implicações adversas significativas para a atividade econômica.
De 2012 a 2016, o salto da dívida global foi de US$ 6 trilhões. Já entre 2016 e setembro deste ano, o aumento chegou a US$ 52 trilhões.
Dívida em crescimento recorde
Os financistas esperavam um aumento significativo da dívida global no início da pandemia, mas nunca estimaram um crescimento tão rápido, disse o diretor de pesquisa do IIF, Emre Tiftik ao jornal britânico “Financial Times”.
Segundo Tiftik, o aumento dos empréstimos não acompanha o ritmo de crescimento do PIB, o que deve acarretar na permanência de iniciativas de apoio à longo prazo. “Medidas agressivas de apoio permanecerão conosco por algum tempo e inevitavelmente aumentarão a dívida de forma significativa”, apontou.
Por causa disso, o peso da dívida tende a afetar os mercados emergentes com mais força. Com fatias de reembolso maiores nas receitas dos países subdesenvolvidos, os débitos alcançam 250% do PIB desses países.
Um exemplo é a Zâmbia. Assim como outros seis países em desenvolvimento, o governo do país africano já anunciou que deixará de pagar dívidas a credores externos em 2020.
Sem um fim da pandemia no horizonte, a expectativa é que outras nações assumam inadimplência à medida que os contágios aumentam.
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