Militares da Tanzânia somaram forças com o Exército de Moçambique no combate aos insurgentes ligados ao Estado Islâmico na província moçambicana de Cabo Delgado, confirmou a Bloomberg no domingo (22).
O grupo extremista avança sobre a região, na fronteira entre os dois países do sudeste africano. Entre os objetivos dos ataques está o recrutamento de novos membros e o saque de comunidades.
O acordo entre Maputo e Dodoma foi selado na sexta (20) em um encontro entre o inspetor geral de polícia tanzaniano Simon Sirro e seu homólogo moçambicano, Bernardino Rafael.
A reunião é mais uma tentativa em tentar conter o avanço dos extremistas islâmicos na região, rica em gás natural. No início do mês, o grupo decapitou cerca de 50 pessoas em um campo de futebol após ataques.
Os atentados dos jihadistas islâmicos já colocam Moçambique entre os territórios de maior incidência de terrorismo do mundo. O país subiu oito lugares e ocupa a 15ª posição do Índice Mundial do Terrorismo, publicado nesta quarta (25).
Mais de 500 mil já se deslocaram
Autoridades estimam que mais de 2,3 mil cidadãos de Cabo Delgado morreram em meio a brutalidade do EI desde o início da insurgência, em 2017. A violência já forçou o deslocamento de 500 mil pessoas.
Além da Tanzânia, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral já se comprometeu em ajudar Moçambique a conter a violência. Outras nações ocidentais, como França e Portugal, também ofereceram assistência.
Até agora, as forças moçambicanas tentam em vão conter o EI. Em agosto, o governo registrou a morte de diversos soldados durante uma ofensiva contra os jihadistas.
Os ataques começaram ainda em 2017, mas se intensificaram neste ano depois que o grupo paramilitar Ahulu Sunnah Wa-Jama jurou fidelidade ao EI.
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