Apesar de também viver o segundo surto da Covid-19, a Lituânia não deve terminar 2020 com contração econômica acentuada. A Comissão Europeia estima que o país terá a menor queda do PIB (Produto Interno Bruto) em todo o bloco, de 27 países – apenas 2,2%.
A retração estaria relacionada com características fundamentais do país báltico de 2,8 milhões de habitantes, apontou a Bloomberg. Sem depender de turistas, a economia conseguiu se manter estável graças ao sucesso na colheita e nos bons resultados das empresas de logística lituanas.
“Enquanto os europeus ficam em casa, as empresas de transporte da Lituânia continuam levando itens essenciais”, disse o diretor de uma empresa logística, Kristian Mortensen.
A experiência do governo da Lituânia na traumática crise de 2008, que atingiu em cheio o país, também ajudou o governo em Vilnius a conter danos maiores em 2020.
Em 2009, o país sofreu a recessão mais profunda de sua história, após a injeção de medidas duras para combater a queda nas exportações. O pacto de austeridade incluiu o aumento de impostos e cortes de despesas.
Uma década depois, a experiência ajudou a reação dos impactos severos da crise da Covid-19. O país ainda estabeleceu um bloqueio total para conter os contágios logo no início da primeira onda – à época, a Lituânia somava apenas sete casos.
Cofres cheios
Vilnius também detém uma farta reserva financeira mantida nos cofres do Estado e pelas empresas. “Não há problemas com finanças. O Estado tem fundos suficientes acumulados”, disse o primeiro-ministro Saulius Skvernelis ao anunciar o bloqueio em março.
Com a confiança, os consumidores mantiveram os níveis de aquisição e as vendas no varejo voltaram aos níveis anteriores ao bloqueio em menos de dois meses.
“Na Lituânia não choramos, sabemos o que é viver uma grande crise”, disse Mortensen, quando questionado sobre a preocupação com a segunda onda do vírus no continente.
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