Militares da Nicarágua e Costa Rica são os principais “facilitadores” das redes de tráfico de pessoas da América Central. A afirmação está na investigação da Fundação Arias, a qual o jornal mexicano “El Universal” teve acesso.
De acordo com o relatório, os militares recebem suborno de contrabandistas de migrantes para não abordar os veículos dos criminosos nas fronteiras entre os países.
As vítimas entrevistadas relatam que motoristas-traficantes cobram até US$ 40 de cada pessoa para as levar da Nicarágua à Costa Rica. “Ao passar pela fronteira, o transportador parou, pagou ao policial costarriquenho e seguimos o nosso caminho”, relatou uma testemunha.
Estima-se que mais de 60 mil nicaraguenses já deixaram a Nicarágua em direção a Costa Rica. O fluxo de migrantes se intensificou desde abril de 2018, quando protestos contra o presidente Daniel Ortega ganharam contornos de violência, perseguição e repressão policial.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) já denunciou o país pela série de violações contra opositores, jornalistas e ativistas.
Desde que voltou ao poder, em 2011, o governo de Ortega fechou 20 veículos de comunicação independentes – 12 só em 2018. Estima-se que mais de 320 pessoas foram mortas pelo regime.
Os traficantes se aproveitam dos mais vulneráveis para lucrar sobre uma rede de violência, insegurança e rotas migratórias irregulares. As vítimas também relatam que muitos dos contrabandistas têm relação com tráfico de drogas e de mercadorias.
Questionados sobre a relação dos militares, o Ministério de Segurança Pública da Costa Rica e o Exército da Nicarágua não responderam ao pedido de comentário.
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