Ex-integrante da União Soviética, o Quirguistão vê a relação com Moscou estremecer. No mesmo dia da renúncia do então presidente Sooronbay Jeenbekov, no último dia 15, o Kremlin suspendeu o envio anual de US$ 100 milhões ao país.
O Quirguistão é parte da CEI (Comunidade de Estados Independentes), liderada pela Rússia. Ainda que não fosse favorável a Jeenbekov, Vladimir Putin pediu que se mantivesse a “estabilidade” após as eleições quirguizes.
A tomada de poder por um governo interino, liderado por Sadyr Japarov, é caracterizada por Putin uma “tragédia” à qual assiste com “pena e preocupação”, registrou o jornalista Bruce Pannier à Radio Free Europe.
As manifestações no Quirguistão começaram após uma onda de protestos contrários aos resultados das eleições parlamentares de 4 de outubro.
Um possível objetivo de Putin é evitar levantes populares de grande magnitude em seus países-satélites, caso de Belarus desde o início de agosto. Ali, a sexta reeleição de Alexsander Lukashenko desencadeou uma série de protestos com centenas de detidos em todo o país.
Ao tentar persuadir o Kremlin para retomar o apoio a Bishkek, o secretário do Ministério das Relações Exteriores quirguiz, Chingiz Aidarbekov, tentou uma nova aproximação no dia 29.
Sem hora marcada, nenhuma das autoridades teria aceitado atendê-lo, registrou a RFE. Mais tarde, porém, a agência estatal Kabar afirmou que o secretário conversou com lideranças do governo, mas não citou nenhum nome em específico.
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