O governo dos EUA aprovou a entrega de um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 675 milhões, parte de um programa que já entregou mais de US$ 10 bilhões ao governo do presidente Volodymyr Zelensky para reforçar suas defesas contra a agressão da Rússia. As informações são da agência Reuters.
O secretário de Defesa Lloyd Austin confirmou a aprovação do novo pacote, falando em meio a um encontro de ministros de nações aliadas na base militar de Ramstein, na Alemanha. Essa nova leva de armamento a ser enviada à Ucrânia inclui munição, veículos blindados e sistemas antitanque.
Em debate no evento esteve também a estratégia mais adequada a ser adotada para treinar as tropas ucranianas e assim melhorar seu poder de defesa contra Moscou.
“Esse grupo de contato precisa se posicionar para sustentar os bravos defensores da Ucrânia no longo prazo”, disse Austin sobre a reunião. “Isso significa um fluxo contínuo e determinado de capacidade agora”.
Numa decisão independente, Alemanha e Holanda confirmaram que fornecerão treinamento às tropas ucranianas para remoção de minas terrestres, além de cederem equipamento necessário para esse tipo de operação.
“Nós não apenas forneceremos o treinamento, mas também o equipamento que é urgentemente necessário para a Ucrânia combater essas armas hediondas, como minas e dispositivos explosivos improvisados”, disse a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht.
Vizinhos armados
Paralelamente ao anúncio feito por Austin, o secretário de Estado Antony Blinken, em visita surpresa a Kiev, revelou a intenção do governo Biden de fornecer outros US$ 2 bilhões à Ucrânia e a países vizinhos, como forma de fortalecer as defesas da região de olho na belicosidade russa, de acordo com a agência Associated Press.
Esse pacote, que carece de aprovação do Congresso, seria destinado a 19 nações, entre elas a Ucrânia; São Estados-Membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e parceiros regionais de segurança que, nas palavras do chefe da diplomacia norte-americana, estão “mais potencialmente em risco de [sofrer uma] futura agressão russa”.
“Esta assistência demonstra mais uma vez nosso compromisso inabalável com o futuro da Ucrânia como um estado democrático, soberano e independente, bem como com a segurança de aliados e parceiros em toda a região”, afirmou o Departamento de Estado em comunicado.
Os demais países agraciados com os US$ 2 bilhões são Albânia, Bósnia, Bulgária, Croácia, República Tcheca, Estônia, Geórgia, Grécia, Kosovo, Letônia, Lituânia, Moldávia, Montenegro, Norte Macedônia, Polônia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia.
Washington afirmou que o objetivo da ajuda é oferecer a essas nações meios para “se defender contra ameaças emergentes à sua soberania e integridade territorial”, combatendo “a influência e a agressão russas”.
Por que isso importa?
O armamento ocidental tem sido decisivo para a Ucrânia enfrentar as tropas da Rússia. O destaque no arsenal de Kiev é o Sistema de Artilharia de Foguetes de Alta Mobilidade (Himars, na sigla em inglês), armamento que os EUA repassaram a Kiev em junho.
Capaz de atingir alvos a até 70 quilômetros de distância, o lançador de foguetes pode ser posicionado fora do alcance da artilharia russa, graças à mobilidade do armamento, e ainda assim causar danos aos quais à Rússia não estava habituada. Os EUA forneceram 16 unidades desse armamento à Ucrânia, que ainda recebeu de outras nações ocidentais o sistema de foguetes M270, que é semelhante.
“Os sistemas de defesa aérea russos acabaram sendo ineficazes contra ataques maciços de mísseis Himars“, disse em julho Igor Girkin, ex-comandante das forças separatistas no leste da Ucrânia, que se manifestou sobre a questão no aplicativo de mensagens Telegram. Segundo ele, graças a essa arma, as tropas russas sofreram “grandes perdas de homens e equipamentos”.
Entre os alvos preferenciais da Ucrânia estão depósitos de munição e postos de comando das forças armadas. “Mísseis e artilharia ucranianos atingiram centros de tomada de decisão várias vezes. Com resultados. Os centros são pequenos, mas importantes”, afirmou Alexander Sladkov, correspondente de guerra da emissora estatal Rossia 1.
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