Em todo o mundo, mulheres que fazem o mesmo trabalho que homens recebem, em média, um salário 20% inferior ao deles. Este é o problema que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) quer solucionar com base em uma parceria público-privada.
O alerta foi feito no domingo (18), Dia Internacional da Igualdade Salarial, com o intuito de identificar as causas e pedir mais transparência nas medidas para equiparar salários entre os trabalhadores de ambos os sexos.
A retificação desta disparidade é exigida pela Coalizão Igualdade Salarial Internacional (Epic, na sigla em inglês). O movimento é liderado pela OIT, pela ONU Mulheres e por parceiros.
Para as agências da ONU, a diferença salarial entre um homem e uma mulher que fazem o mesmo trabalho tem fatores básicos como educação, jornada, habilidades e experiência. Mas grande parte do problema se deve à discriminação baseada em gênero.
Além disso, as mulheres são também as mais afetadas pela pandemia de Covid-19. Em muitos casos, as perdas trabalhistas para elas ameaçam reverter décadas de avanços na direção de uma igualdade de gênero.
Um novo estudo da OIT, “Legislação sobre transparência salarial: implicações para as organizações de trabalhadores e empregados”, revela que medidas de transparência salarial podem ajudar a enfrentar o fosso entre o pagamento de homens e mulheres e reduzir as desigualdades no mercado.
Funcionários poderão negociar melhor e empregadores terão como identificar e responder à discriminação que acaba por afetar, negativamente, suas próprias empresas e reputação.
O estudo também oferece um mapeamento detalhado das legislações atuais sobre igualdade salarial em países e discute argumentos a favor e contra a medida.
O papel de organizações de empregadores e trabalhadores e conclusões sobre pesquisas online de entidades parceiras ajudam a melhor compreender formas de erradicar a desigualdade.
Muitos países oferecem informações sobre os passos que estão dando para atingir pagamento igual para homens e mulheres.
Não existe solução universal
O estudo da OIT afirma que parcerias sociais ativas são fundamentais para levar aos resultados necessários e à eliminação da discriminação salarial no mercado.
A diretora da OIT para Condições de Trabalho e Igualdade, Manuela Tomei, diz que, apesar de ser apenas o início do processo de transparência no pagamento de salários, muitos países estão tentando avançar ao reconhecer que não existe uma solução universal.
A saída é continuar a cooperação entre organizações, trabalhadores, empregadores em busca de uma saída que elimine a disparidade de salários entre empregados apenas por causa do sexo de cada trabalhador.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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