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segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Joe Biden diz que ‘sim’, os EUA enviariam tropas para defender Taiwan em caso de ataque chinês

O presidente norte-americano Joe Biden, em entrevista à rede CBS, no domingo (18), não deixou margem a dúvidas ao afirmar que “sim”, as forças armadas dos EUA partiriam em defesa de Taiwan em caso de uma agressão por parte da China.

O entrevistador comparou a situação da ilha à da Ucrânia, onde as tropas norte-americanas não agiram diante da invasão russa, embora o governo tenha fornecido armamento crucial para a defesa de Kiev. “As Forças dos EUA, homens e mulheres dos EUA defenderiam Taiwan no caso de uma invasão chinesa?”, questionou o jornalista Scott Pelley, a que Biden respondeu objetivamente: “Sim”.

“Concordamos com o que assinamos há muito tempo. E existe a política de Uma Só China, e Taiwan faz seu próprio julgamento sobre sua independência”, disse Biden, referindo-se ao princípio que reconhece o domínio de Beijing sobre a ilha, assim como ocorre com Hong Kong. “Não estamos nos movendo… não estamos incentivando sua independência. Não somos… esta é uma decisão deles”.

Joe Biden, então vice-presidente, ao lado de militares dos EUA em 2013 (Foto: U.S. Army Alask/Flickr)

O “sim” de Biden é o mais claro posicionamento de Washington sobre sua possível atuação militar em socorro à ilha autogovernada. Oficialmente, a política norte-americana é de ambiguidade, sobretudo em função do compromisso firmado com Beijing de apoio à política de “Uma só China”. Nesse cenário, até então não estava claro se as forças norte-americanos pretendem agir ou não em caso de invasão.

Questionada sobre as palavras de Biden, a Casa Branca se manifestou através de um porta-voz dizendo que a política dos EUA em relação a Taiwan não mudou. “O presidente já disse isso antes, inclusive em Tóquio no início deste ano. Ele também deixou claro que nossa política de Taiwan não mudou. Isso continua sendo verdade”, disse o porta-voz, segundo a agência Reuters.

Quem não reagiu bem à resposta afirmativa do presidente norte-americano foi o governo chinês. “A China lamenta e rejeita fortemente e fez queixas solenes aos EUA”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Mao Ning, segundo a agência Associated Press.

Mao ainda instou Washington a “tratar com prudência as questões relacionadas a Taiwan” e “não enviar nenhum sinal errado” àqueles que apoiam a independência de Taiwan, a fim de “evitar mais danos às relações China-EUA e à paz e estabilidade no Estreito de Taiwan”.

A porta-voz acrescentou: “Faremos o máximo para lutar pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a máxima sinceridade, enquanto não toleraremos quaisquer atividades destinadas a dividir a China e reservamos a opção de tomar todas as medidas necessárias”, disse ela. “Taiwan é uma parte inalienável da China. O governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China”.

Pacote de Defesa

No início de setembro, os Estados Unidos anunciaram a entrega de um pacote de armamentos no valor de US$ 1,1 bilhão a Taiwan, com o objetivo de impulsionar as defesas da ilha à medida que as tensões aumentam com Beijing.

O pacote é o maior entregue a Taiwan na administração Biden. Ele inclui manutenção e atualização do sistema de radar Raytheon, capaz de alertar Taiwan sobre um ataque iminente. Também prevê a entrega de 60 mísseis Harpoon Block II, que podem rastrear e afundar navios se a China lançar um ataque por água, e cem mísseis Sidewinder, um dos pilares das forças armadas norte-americanas.

Por que isso importa?

Taiwan é uma questão territorial sensível para a China. Nações estrangeiras que tratem a ilha como nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como parte do território chinês.

Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos demais países, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal fornecedor de armas do território. Tais circunstâncias levaram as relações entre Beijing e Washington a seu pior momento desde 1979, quando os dois países reataram os laços diplomáticos.

A China, em resposta, endureceu a retórica e tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação. Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente invadem o espaço aéreo taiwanês, deixando claro que Beijing não aceitará a independência formal do território “sem uma guerra“.

A crise ganhou contornos mais dramáticos após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Nancy Pelosi, primeira pessoa ocupante do cargo a viajar para Taiwan em 25 anos, uma atitude que mexeu com os brio de Beijing. Em resposta, o exército da China realizou um de seus maiores exercícios militares no entorno da ilha, com tiros reais e testes de mísseis em seis áreas diferentes.

O treinamento serviu como um bloqueio eficaz, impedindo tanto o transporte marítimo quanto a aviação no entorno da ilha. Assim, voos comerciais tiveram que ser cancelados, e embarcações foram impedidas de navegar por conta da presença militar chinesa.

Beijing, que falou em impor “sérias consequências” como retaliação à visita, também sancionou Taiwan com a proibição das exportações de areia, material usado na indústria de semicondutores e crucial na fabricação de chips, e a importação de alimentos, entre eles peixes e frutas. Quatro empresas taiwanesas rotuladas por Beijing como “obstinadas pró-independência” também foram sancionadas.

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