A Rússia investiu ao menos US$ 300 milhões desde 2014 em um grande projeto para influenciar políticos e partidos de todo mundo, a fim de moldar decisões de nações estrangeiras conforme os interesses do Kremlin. É o que aponta uma investigação feita pela Inteligência norte-americana, cujo conteúdo deixou de ser confidencial por ordens do governo Biden. As informações são do jornal Guardian.
Washington decidiu revelar parcialmente o conteúdo do material a fim de expor as intenções de Moscou, cujos alvos foram cerca de duas dezenas de nações, sobretudo da África, da América do Sul e da Europa. Foram relatados casos em Madagascar e Equador, bem como nas eleições de Montenegro, Albânia e Bósnia. As atividades russas nos EUA não foram abordadas.
Um caso teria ocorrido na Ásia, mas as fontes não revelaram o país. Lá, um candidato à presidência teria recebido milhões de dólares do embaixador russo para influenciar eventos políticos, em certos casos a favor de grupos de extrema direita. Empresas de fachada e entidades civis foram usadas para direcionar o dinheiro, tanto lá quanto nas demais nações alvo de Moscou, diz o material.
“Ao lançar luz sobre o financiamento político secreto russo e as tentativas russas de minar os processos democráticos, estamos alertando esses partidos e candidatos estrangeiros de que, se aceitarem dinheiro russo secretamente, podemos e vamos expô-los”, disse um funcionário do governo norte-americano cuja identidade não foi revelada, segundo o jornal The Washington Post..
Assinado pelo secretário de Estado Antony Blinken, o documento diz que Washington tem mantido contato com determinados países a fim de fornecer informações sobre as investigações.
Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado, classificou a ação da Rússia como um “ataque à soberania”. E rejeitou comparações com as ações dos EUA, que também têm um histórico de financiar secretamente grupos políticos em todo o mundo, derrubando ou minando governos estrangeiros conforme seus interesses.
Segundo Price, o governo de Vladimir Putin tenta “manipular as democracias por dentro” e investe milhões de dólares com essa finalidade. “É um esforço para diminuir a capacidade das pessoas ao redor do mundo de escolher os governos que consideram mais adequados para representá-los, representar seus interesses e representar seus valores”, disse ele.
Embora o documento revelado agora não tenha abordado os EUA, sabe-se que houve também injeção de dinheiro russo para influenciar nas últimas eleições norte-americanas. Em 2016, Moscou interferiu para impulsionar o ex-presidente Donald Trump. Em 2020, o Kremlin despejou dinheiro em canais de TV e mídia com o objetivo de influenciar os eleitores enquanto as tensões aumentavam entre os dois países.
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