A menos de um mês do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC), uma importante reunião que acontece a cada cinco anos e em 2022 está marcada para 16 de outubro, Beijing tem expulsado da cidade os críticos do governo, que vêm sendo levados sob escolta policial. Ações semelhantes foram registradas nas províncias de Tianjin, Hunan e Jiangxi e serão válidas até o dia 31 de outubro, segundo a rede Radio Free Asia.
As medidas foram anunciadas em meio a um crescimento vertiginoso da censura e da perseguição a dissidentes, peticionários e ativistas de direitos em todo o país. “As violações serão punidas pela polícia de acordo com [as leis atuais]”, disse comunicado do governo.
“Terei permissão para voltar para casa assim que o congresso acabar”, relatou Ji Feng, manifestante presente no massacre da Praça da Paz Celestial em 1989.
Na visão do dissidente Lin Zhengliang, da cidade de Shenzhen, as medidas de segurança aplicadas atualmente por Beijing às vésperas de eventos políticos importantes parecem ainda mais rigorosas do que já foi visto em anos anteriores.
“Isso é sem precedentes”, disse Lin. “Os controles atuais sobre dissidentes em locais designados são meio loucos”, observou.
Lin acrescentou que “dissidentes estão sendo forçados a desaparecer todos os dias”, incluindo aqueles afastados da cidade para um período de “férias”. Prisões arbitrárias também estariam acontecendo.
“Eles mantêm pessoas sob detenção criminal e as libertam sob fiança enquanto aguardam julgamento, estendendo o período de controle para além do 20º Congresso Nacional”, contou Lin.
Trabalhadores migrantes estão igualmente na mira das autoridades de Beijing. A polícia de segurança do Estado tem coordenado batidas em massa contra populações migrantes nos arredores da capital, segundo relatou uma moradora.
“Você não tem permissão para trabalhar aqui e não tem permissão para viver aqui”, disse ela. “Eles estão nos afastando para manter a estabilidade porque o 20º Congresso Nacional está prestes a começar”.
Além de afastar pessoas de interesse, o governo também proibiu voos de baixa altitude e drones sobre a cidade. Aeronaves leves e ultraleves, planadores, asas delta, balões de ar quente, dirigíveis, parapentes, drones, aeromodelos e balões livres e amarrados estão inseridos no veto, informou o departamento de polícia municipal no último dia 15.
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